Definidas prioridades do setor
Evento lotou o salão de atos da Unipampa
No Seminário Rumos da Bacia Leiteira, produtores apontaram as prioridades do setor leiteiro. O evento aconteceu nos dias 3 e 4 de outubro, na Universidade Federal do Pampa (Unipampa), em Livramento, com realização do Arranjo Produtivo Local do Leite (APL do Leite).
O médico veterinário da Cooperativa Regional dos Assentados da Fronteira Oeste (Coperforte), Dario Fernando Milanez de Mello, apresentou o Campo de Recria André Voisin, localizado em Dom Pedrito. Entre os assuntos abordados, estão produção de terneiras, precipitação pluviométrica, reservas de forragem, suplementação e implantação de pastagens, manejo e controle sanitário.
Na sequência, a médica veterinária da Embrapa Pecuária Sul, Renata Suñe, falou sobre Leite Instável Não Ácido (Lina) e qualidade do leite. Segundo Renata, Lina caracteriza-se pela perda da estabilidade da proteína do leite, sem que tenha ocorrido a fermentação da lactose por microrganismos e, portanto, não apresenta acidez elevada.
A médica veterinária explicou que é preciso fazer o controle dos microrganismos não contagiosos e dos contagiosos. Para os microrganismos não contagiosos, indica um ambiente limpo e seco perto da vaca, fazer imersão das tetas para limpeza antes da ordenha, higiene das mãos e do equipamento da ordenha, utilização de água limpa e potável. Já sobre o controle dos microrganismos contagiosos, recomenda a identificação dos animais infectados, ordenha seletiva, imersão das tetas após a ordenha, tratamento para a interrupção da produção do leite, eliminação dos casos crônicos, checagem das vacas recém-paridas e manutenção do equipamento e rotina da ordenha.
Valorização da atividade leiteira foi o tema da palestra do médico veterinário da Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), Ivandré Merlin Jr.
O Brasil é o quarto produtor mundial de leite e, no País, o Rio Grande do Sul é o segundo produtor. “A produção brasileira tem muito a crescer, pois há demanda do Mercosul”, afirma Merlin. Segundo o médico veterinário, o número de produtores de leite diminuiu no Brasil, no entanto, a produtividade aumentou mais de 20%, de 2000 a 2010. Merlin falou, ainda, sobre as políticas públicas para o setor, como o Programa Leite Gaúcho.
Já o bolsista da Unipampa, Marcelo Denis Asconavieta, apresentou uma atualização do diagnóstico da bacia leiteira de Livramento. Além disso, fez uma contextualização sobre o APL do Leite. Segundo Asconavieta, no município, o número de produtores varia de 690 a 750.
Por fim, a Emater/RS-Ascar organizou uma atividade em grupo, onde os participantes apontaram as principais demandas do setor leiteiro. Os produtores foram divididos em cinco grupos, que definiram cinco prioridades, cada. Algumas das demandas apontadas são: melhoria nas estradas, assistência técnica permanente, capacitação e qualificação de produtores, acesso à água, políticas públicas, assessoria veterinária, facilidade de acesso ao crédito, patrulhas agrícolas e fiscalização na sanidade do leite, entre outros.
Conforme a zootecnista da Emater/RS-Ascar, Lisiane da Silva Schlick, o público é participativo e se mantém desde a primeira edição do Seminário. Lisiane destaca a troca de experiências entre os produtores, nos intervalos e nos trabalhos em grupos, além da capacitação através das palestras.
Juarez Moreira é um dos produtores que participa desde a primeira edição e afirma que o Seminário traz aprendizagem para o produtor. Segundo Moreira, a produção melhorou desde que começou a participar do APL do Leite, pois “levamos para dentro da propriedade os conhecimentos adquiridos”, concluiu.
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