Como está a segurança nas escolas em Livramento?

A equipe do Jornal A Plateia visitou alguns educandários, e constatou, após denúncia, como os alunos estão sendo liberados

A porta da Escola Professor Chaves foi encontrada encostada

Depois do incidente ocorrido em uma escola do bairro Realengo, no Rio de Janeiro, em 7 de abril de 2011, foi soado o alerta com relação à segurança nas escolas de todo País, inclusive em Sant’Ana do Livramento. Os educandários prometeram manter uma certa vigilância em relação à entrada e saída de alunos e de pessoas estranhas na escola.

Diretor da Escola Professor Chaves, Antônio D’Avila

Porém, na manhã de ontem, Paulo Ferreira procurou a rádio RCC FM e o jornal A Plateia para fazer uma denúncia. Segundo ele, a porta principal da Escola Professor Chaves fica aberta todo o dia, e os alunos entram e saem a hora que bem entendem. Ele contou que certa vez uma mãe foi buscar seu filho na escola e o mesmo teria sido encontrado algumas quadras longe da escola, com um coleguinha. De acordo com Paulo, a mãe, ao ver que a criança não estava na escola, ficou apavorada.

A partir dessa denúncia, a reportagem do jornal A Plateia foi averiguar a segurança em algumas instituições de ensino de Livramento.

Segundo o diretor da escola Professor Chaves, Antônio D’Ávila, em momento algum pai ou mãe procurou a escola para se manifestar a respeito do fato. De acordo com ele, se a escola foi uma das envolvidas, teriam que ter primeiramente procurado o educandário, para saber o que de fato teria acontecido nesse dia.

Simone Cristina Martins de Almeida, 39 anos, mãe do aluno de 6 anos que saiu da escola sem o conhecimento dos pais ou professores

Outro fato semelhante aconteceu na escola Cyrino Luiz de Azevedo, há pelo menos um mês. De acordo com Simone Cristina Martins de Almeida, 39 anos, seu filho de 6 anos foi deixado na escola, e quando os pais retornaram para buscá-lo, ele já não estava nas dependências do educandário. Quando perguntou à professora se o filho não estava com ela, ou quem poderia ter o levado da escola, a educadora não sabia nem de quem se tratava. Cristina relatou que seu filho foi encontrado na rua de sua casa, próximo a uma árvore, chorando, pois estava com medo. Ela destacou que a rua onde mora é muito movimentada, e ali os carros passam em alta velocidade, pois se trata de um declive, e que seu filho não sabe andar na rua e tem certa dificuldade de se comunicar, o que o dificultou chegar em casa.

 

A vice-diretora do turno da tarde da escola Cyrino, Sandra de Moraes, frisou que este foi um caso isolado, e que a segurança na escola é bem rigorosa. Os alunos do primeiro ano saem pelo portão principal, para não saírem junto com os maiores, e a professora os acompanha até o o lado de fora. A orientação da escola é de

Vice-diretora do turno da tarde da Escola Cyrino, Sandra de Moraes

entregar cada aluno ao pai, mãe ou para o responsável de cada um. Sandra lembrou que um coleguinha contou que o aluno teria passado por trás da professora e que a mesma não teria o visto ir embora sozinho. Quando a reportagem esteve na escola, realmente, os portões estavam trancados.

Na escola Professor Chaves, a porta lateral fica encostada, segundo a vice-diretora da tarde, Nara Ortência Pereira de Oliveira. Ela destacou que o pai ou mãe dessa criança pode ter se atrasado, e que o aluno poderia ter saído em meio aos outros. “Não há um porteiro na escola, até seria muito bom, para que esse tipo de eventualidade pudesse ser evitada. Não temos serviço de portaria em nenhum dos três turnos”, destacou ela.

 

Áurea Maria Vargas Guedes, diretora da Escola General Neto

Na Escola General Neto, a porta fica fechada e tem permanentemente um funcionário questionando as pessoas que chegam para entrar na escola. “Pedimos aos pais que colaborem juntamente com os alunos, façam que eles compreendam que não podem sair sozinhos de dentro da escola”, explicou ela, destacando que há uma semana a escola está sem a funcionária que ficava na portaria. Após trinta anos de serviço, ela se aposentou, mas já está sendo providenciada outra pessoa para o lugar. 

 

 

 

Orientação da 19ª Coordenadoria Regional da Educação 

Meire Garagorry, coordenadora da 19ª CRE

De acordo com Meire Garagorry, coordenadora da 19ª CRE, as orientações aos diretores são feitas com frequência, nas reuniões. “Sabemos que existe uma legislação que ampara o nosso trabalho. Quando o pai leva o aluno para a escola, está previsto um horário de entrada e de saída, que tem de ser cumprido diariamente, por todas as escolas”, frisou. A coordenadora afirmou que a responsabilidade de cada aluno é do diretor de cada educandário. Nenhum aluno pode ser liberado pela escola sem o aviso prévio à família, independente da idade. Meire ainda salientou que até os 18 anos o pai tem que saber se o aluno saiu da escola em horário diferenciado. Segundo a coordenadora, as escolas são orientadas a não liberar os alunos, e quando o fizerem tomarem o cuidado de que pelo menos os pais e responsáveis sejam avisados a tempo. As escolas têm, nos registros de matrícula dos alunos, endereço e telefone de cada um. “De maneira nenhuma um aluno menor pode ser liberado sem o conhecimento e permissão do responsável”, concluiu.

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