Moradores do Beco do Brisolla limpam arroio

Depois do alagamento provocado pela última chuva, problema histórico voltou a provocar reação de pessoas que moram à margem do Maragato

Luiz Pedro juntou a gurizada da vila para desobstruir a entrada do bueiro. Foto: DUDA PINTO/AP

Um problema histórico voltou a preocupar muito os moradores do chamado Beco do Brisolla, localizado entre a rua Julio de Castilhos e o recinto da viação férrea: o dos alagamentos causados pelo transbordamento do arroio Maragato, que corta a pequena vila. Ontem, acompanhado por alguns meninos, filhos de moradores do local, o pintor Luiz Pedro Fontoura, de 39 anos, que mora na vila há oito anos, calçou botas de borracha, armou-se de pá e enxada e tomou para si a tarefa de desobstruir a boca dos bueiros por onde deveria passar a água que desce pelo arroio.

80 anos, dona Ivone mostra até onde a água chega em sua casa. Foto: DUDA PINTO/AP

“Na última chuva, a água invadiu os nossos pátios e chegou a uma altura que cobria facilmente um adulto em pé, aqui”, relatou ele. “Já cansamos de pedir que venham limpar esses bueiros, mas dificilmente vêm e quanto vêm só tiram os galhos de árvores e jogam para cima da barranca. Daí, na primeira chuva, volta tudo”, criticou, enquanto retirava ramos e até pedaços de um sofá que obstruía a entrada do bueiro.

Represada naquele ponto, nos fundos das residências, a água que desce pelo Maragato se espalha na área entre a vila e os trilhos da viação férrea. “Eu já perdi tudo o que eu tinha por causa dos alagamentos”, queixa-se a vizinha de Luiz Pedro, a aposentada Ivone Rodrigues Soares, de 80 anos, que mora na localidade desde 1964. “Eu queria que os candidatos a prefeito e os que querem sair vereador viessem até aqui conhecer de perto o nosso problema. A última obra importante feita aqui foi a pavimentação do valetão que cortava a nossa rua ao meio, pelo prefeito Elifas (Simas). Depois, estamos até hoje esperando”, reclamou.

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