Em busca do resgate histórico

Historiadora Vera Albornoz destacou que é importante que as pessoas conheçam a história da cidade

Professora Vera Albornoz: “Na praça Flores da Cunha inicia o Brasil”

A historiadora Vera Albornoz, pedagoga de formação, lecionou por 22 anos no Instituto de Educação Professor Liberato Salzano Vieira da Cunha as disciplinas de Psicologia e Sociologia. No sobrenome que carrega, nota-se o envolvimento com a própria história da fronteira. “Albornoz é meu marido, mas reconheço esta ligação com a história”. Seu interesse pela história da cidade vem desde cedo, por ter morado fora da cidade por muito tempo – em decorrência da profissão de seu pai, que era militar – ela destacou o pensamento de muitas pessoas que se ausentam da cidade: “Quando a gente está fora a gente tem outra visão, e na nossa família nós tínhamos mania de conversar e sempre gostei de história e as pessoas sempre me contaram sobre a cidade. Desde os sete ou oito anos de idade, o meu avô nos sentava e contava a história dos Maragatos e minha mãe também contava muito, e quando retornei à cidade escutava as histórias contadas por minha avó. Eu sempre me dei conta que, de modo geral, as pessoas não conheciam a história da cidade e mesmo regional”, destaca.

Ele relata que as professoras de turmas de 4ª série do ensino fundamental, que têm que passar para os alunos a história da cidade, desconhecem ou sabem muito pouco sobre a história do município. “Isso angustia muito, até porque é difícil achar material. Muitos de meus alunos diziam que sabiam tudo de Paris, mas nada de Livramento. A gente estuda geografia urbana do mundo inteiro, mas não da cidade da gente. Eu mesma tive dificuldade muitas vezes de encontrar material para trabalho”. Quando foi realizar seu mestrado, Vera Albornoz decidiu: “Eu quero escrever sobre a minha cidade, eu tenho esta obrigação!”. Na oportunidade, ela editou um livro sobre a extinta fábrica do Armour. “Eu fiz um livro voltado para um público mais jovem, com uma linguagem de fácil aceitação. É muito bom a gente saber a história da nossa origem, de nossa terra, de nós mesmos…”

A importância da Avenida João Pessoa

A historiadora afirma olhar para a avenida com outros olhos, diferente da maioria das pessoas, ela destaca que deveria existir uma política pública de conservação dos prédios históricos, não só do local, mas de grande parte da cidade, semelhante ao processo que acontece em cidade como Jaguarão, onde as pessoas que conservam as características das casas históricas recebem incentivos em forma de desconto em impostos como o IPTU. “Deveria ser feito um trabalho com as pessoas que residem, ou são proprietárias de imóveis no local, para que as pessoas vejam que ali existem sobrados que são bonitos e fazem parte da história da cidade. Eles atualmente estão muito mal pintados e feios. As pessoas estão se concentrando somente na praça, mas devem lembrar um pouco do entorno dela, porque ali começa o Brasil”, relata a historiadora.

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1 Comentário

  1. olegna

    Parabéns à professora Vera Albornoz,, as suas palavras são ditas no momento adequado. Como vai ficar o entorno da praça dos cachorros? Acredito que os santanenses de um modo geral estão amadurecendo e se conscientizando da importância de melhor apresentar a nossa cidade para nós mesmos e para o mundo(google streetview). A caminhada é longa e espinhosa mas já teve início.

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