Presidente reclama do que afirma ser “terrorismo político”

Dagberto Reis disse que não existem segredos no Legislativo e voltou a disponibizar todas as informações, pedindo que o processo preparatório do MP seja agilizado

Reis, veemência durante manifestação que qualificou como desabafo

Depois da reafirmação de que a Câmara de Vereadores está sob investigação do Ministério Público, tanto por parte do legislador Maurício Galo Del Fabro (PSDB), quanto por parte da promotora Rosi Barreto, que está como substituta na Defesa Comunitária, o presidente do parlamento, Dagberto Reis (PT), na manhã de quarta-feira, ao fim da sessão ordinária, fez uma manifestação que qualificou como um desabafo.

Fez menção ao que sustentou como projeção que está tendo, o que denomina como procedimento preparatório instalado pelo Ministério Público em Livramento, para apurar a suposta existência de pessoas que não comparecem ao trabalho no Poder Legislativo Municipal.

Para Reis, o fato está causando graves prejuízos ao Legislativo, na medida em que vem sendo utilizado como instrumento para o que denominou como “terrorismo político” em relação à Câmara, o que, segundo o presidente, “não contribui em nada para esclarecer quaisquer dúvidas”.

Fazendo uso da prerrogativa de presidente, em razão de declarações do 2º vice-presidente da Mesa Diretora da Câmara, vereador Mauricio Del Fabro, em entrevista ao programa Canal Livre, da RCC FM, Dagberto questionou o andamento do processo de investigação alardeado por seu companheiro de Mesa.

“Somos os principais interessados em esclarecer essas suspeitas. Já cobrei pessoalmente e por escrito, várias vezes, do vice-prefeito Edu Oliveira, o esclarecimento do seu comentário. De qualquer forma, respondemos a todos os questionamentos do MP. Informamos todos os dados que foram solicitados pelo MP, rapidamente, antes até do prazo legal que tínhamos para isso, mas depois disso, aparentemente, nenhum outro procedimento foi feito, a não ser toda uma celeuma na imprensa. A quem interessa isso?”, questionou.

Para o presidente, se ainda existem dúvidas, o MP deveria questionar a Câmara. “Não recebemos nenhum outro questionamento. Conversei com os servidores e ninguém foi ouvido sobre essa questão. O procedimento preparatório não avançou e, obviamente, possibilita que se diga que a Câmara está sob investigação. Mas ainda existem dúvidas? Que nos perguntem, pois já disponibilizamos toda e qualquer informação. Não existem segredos nesta gestão da Câmara Municipal, nem para a Justiça, nem para qualquer cidadão” – Dagberto Reis, pela primeira vez admitindo o uso do termo investigação, abrindo mão do tom de negativa que adotou quando contestou notícia gerada pela manifestação do vereador Galo, publicada na Editoria de Política de A Plateia e manifestou, inclusive em plenário, discordância sobre a cobertura essencialmente jornalística realizada no Legislativo.

Em um pronunciamento que despertou a atenção do plenário e, inclusive, foi elogiado por alguns vereadores, como Jason Flores, Hanney Cavalheiro e Itacir Soares, Reis disse reconhecer a legitimidade do Ministério Público em Livramento para investigar, mas pediu que o processo seja acelerado, para não causar maiores danos à coletividade santanense.

“Repito: não temos absolutamente nada a esconder. Se existe realmente investigação, que se concretize, porque processo parado não apura nada, não investiga nada. Disponibilizamos qualquer informação necessária, porque queremos que tudo seja esclarecido, mas pedimos que o processo seja acelerado. Perguntem, peçam os documentos que quiserem, investiguem, até para saber se há elementos para instaurar inquérito, porque até agora não existe inquérito nesse sentido. É isso que pedimos: o interesse em esclarecer isso e proteger a imagem do Poder Legislativo não pode ser só nossa, mas sim de toda a coletividade e, principalmente, das autoridades que a representam com a legitimidade do voto ou o respaldo dos órgãos de fiscalização, que precisam se respeitar” – concluiu o presidente da Câmara de Vereadores.

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.