Custo da carne retira o churrasco do cardápio diário dos galpões

Entidades tradicionalistas aderem a outros pratos típicos da culinária campeira para atrair a população

O churrasco estará presente no cardápio do 20 de Setembro na maioria das entidades tradicionalistas

As comemorações da Semana Farroupilha de Sant’Ana do Livramento estão repletas de atividades e atrações, que vão agradar a toda a população do município, especialmente os tradicionalistas. Uma das marcas das atividades santanenses são os jantares dançantes, que reúnem centenas de pessoas, todas as noites, em diversas entidades tradicionalistas espalhadas pela Fronteira. No entanto, um ponto que vem sendo debatido pela comunidade santanense é a substituição do churrasco por outros pratos típicos do Estado, como a “Vaca atolada”, “Ovelha mexida”, massa com charque, carne de panela, entre tantos outros. Em relação a valores, os preços estão entre R$ 10,00 e R$ 20,00 por pessoa, com direito a baile incluído, na maioria das entidades.

Silvio Onório, patrão do Galpão Tradicionalista Tropeiro Velho

De acordo com Silvio Onório, patrão do Galpão Tradicionalista Tropeiro Velho, existem dois motivos pelos quais está havendo essa substituição. Um deles é o encarecimento das carnes apropriadas para o feitio do churrasco, que seriam a costela de gado e a carne de ovelha. Outro ponto é o resgate da culinária local. “Se não houvesse datas como esta, os pratos típicos da região estariam esquecidos, pois as receitas não estão presentes nas refeições dos gaúchos no dia a dia”, destacou Silvio. Ele ressaltou, ainda, que o santanense já faz churrasco quase todos os domingos. “Qualquer festa é motivo de uma churrascada, então, vamos explorar os outros pratos deliciosos da nossa culinária”.

 

 

 

Francisco Ricardo Machado de Ávila, capataz do Galpão Malacara 7

Segundo Francisco Ricardo Machado de Ávila, capataz do Galpão Malacara 7, todo bom gaúcho tem que estar fazendo os pratos típicos da região o ano inteiro, e não apenas durante a Semana Farroupilha. Ele destacou que há uma necessidade de resgatar a tradição, no entanto, o diferencial é para o pessoal que vem de fora: tem que existir um lugar com comidas típicas do Rio Grande do Sul, em Sant’Ana do Livramento, para os turistas que vêm até a Fronteira para degustar da nossa culinária. “Segunda-feira, mesmo, tinha um pessoal do Rio de Janeiro visitando nossa entidade tradicionalista. Eles tiveram a oportunidade de degustar de um variado cardápio, com comidas locais”, enfatizou, com orgulho, o capataz. Ele salientou, ainda, que como a semana do gaúcho já é uma marca do Estado, tem que ser mais explorada e preparada para receber quem vem de fora e não conhece a cultura local.

 

 

Pedro Anibal Goularte Nunes, patrão do Piquete Tradicionalista Maragatos e Chimangos

Pedro Anibal Goularte Nunes, patrão do Piquete Tradicionalista Maragatos e Chimangos, destacou que mesmo o preço da carne estando um pouco elevado, o piquete já fez dois churrascos para homenagear os cavaleiros que buscaram a chama. Nos outros dias, ele destacou, para manter o preço a R$ 10,00 por pessoa e incluir o baile dançante na programação, os cardápios têm que diversificar, para não ficar tão pesado no orçamento da entidade.

 

 

 

 

 

 

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