A vaidade em excesso e os riscos à saúde

Preocupados com um estereótipo perfeito, pessoas consomem suplementos, anabolizantes e produtos cuja venda é ilegal no Brasil, sem medir as consequências à saúde

O alerta foi feito à sociedade de Livramento. A “Operação Hipertrofia”, realizada pela Polícia Civil na segunda-feira, 9, resultou na prisão de um empresário e seu irmão, na rua Rivadávia Corrêa, por venda de suplementos alimentares, impróprios ao consumo, e substância psicotrópica, caracterizada como tráfico de droga. Os empresários foram enquadrados em três crimes, um deles o de tráfico de drogas, com pena de 5 a 15 anos. A operação foi realizada em mais de 15 municípios do Estado, com cumprimento de 123 mandados de busca e apreensão.

Para retardar a fadiga e ter mais força durante um treino puxado, frequentadores de academias, ou não, estão consumindo produtos nocivos à saúde. Esses produtos são comercializados como se fossem apenas suplementos alimentares, e muitos podem desconhecer os efeitos colaterais, entre eles a possibilidade de morrer durante o treino realizado nas academias.

A Educadora Física Luiza Oliboni faz um alerta: “Frequentadores de academias que almejam um corpo malhado, bonito e saudável, devem se preocupar com uma alimentação saudável e mais natural, e com atividades físicas regulares. Desta forma, conseguirão alcançar o resultado almejado”, destacou.

O que os usuários devem entender é que muitos produtos estão sendo lançados no mercado sem ao menos terem passado por testes de eficácia e segurança, e sem a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que suspendeu, desde julho do ano passado, a distribuição, comércio e o uso de suplementos que contenham uma substância específica chamada dimethylamylamine (DMAA), um estimulante que aumenta o rendimento atlético e foi recentemente incluído pela Anvisa na lista de substâncias proibidas no Brasil. Inclusive, o jornal A Plateia já havia feito o alerta, em matéria publicada na época.

A advertência acontece em virtude de que as pessoas podem adquirir facilmente os produtos no país vizinho. São eles: Oxielite Pro e o DMAA, que é encontrado na composição de suplementos alimentares como Jack3D e Lipo6 Black. Outra preocupação é em relação aos rótulos em língua estrangeira, quando a exigência é que estejam na língua nacional ou, pelo menos, tenham a etiqueta de tradução em português, para que o consumidor saiba a respeito do produto que está levando. 

Educadora física Luiza Olibone

A falta de informação e a busca desenfreada por um corpo perfeito são os fatores que mais prejudicam a saúde das pessoas. Alguns frequentadores de academias relataram suas experiências. 

 

 

O jovem André Silveira malha há sete anos, e opta por uma alimentação saudável e exercícios adequados ao seu porte físico. Quando perguntado a respeito de anabolizantes, ele frisou: “Não sou a favor de anabolizantes e nem de suplementos. As pessoas não devem optar por este recurso, pois podem ter um resultado imediato, porém, a longo prazo, será muito prejudicial à saúde. Nem os novos frequentadores, nem os veteranos de academia devem utilizar deste método, que faz muito mal à saúde”, observou. 

 

Pantaleon Corrêa, frequentador de uma academia do município, relatou: “Eu sou contra qualquer tipo de suplemento e anabolizante, pois podem causar vários tipos de câncer. Eles fazem mal à saúde, prejudicam os rins, coração e fígado, entre outros danos”.

 

 

 

Juliane Mendes conhece muitas pessoas com um corpo legal, mas que não usam anabolizantes e suplementos. “Eu utilizo um termogênico natural, receitado por um biomédico, cuja composição contém chá verde, entre outros produtos naturais. Além disso, me preocupo em ter uma alimentação saudável e faço exercícios diariamente”, frisou.

 

 

No caso de Eliane Duarte, a busca por um emagrecimento mais rápido e um corpo perfeito resultou em malefícios à saúde. “Eu fiz uso do Oxielite Pro e ele atacou meu cérebro. Fiquei duas semanas de cama, num quarto escuro, e sentia como se meu cérebro estivesse solto na cabeça. Tive quatro desmaios, três na academia e um no banheiro da minha casa; tive taquicardia e o médico neurologista que me atendeu solicitou que eu fizesse restrições de alguns estimulantes, como café e Coca-Cola, pois os dois possuem cafeína em sua composição. Além disso, o médico ministrou corticoide, que ressaltou, em duas semanas, um ganho de 10 kg na balança. Hoje, o alerta fica para que as pessoas não queiram emagrecer a curto prazo e não utilizem suplementos, termogênicos e anabolizantes”, avaliou.

 

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