Alerta contra a Hepatite C

Segundo médico, antes de 1993, a doença ainda não era conhecida, assim os integrantes do chamado ‘grupo de risco’ podem ter sido contaminados

Médico gastroenterologista Fernando Hamilton Viera

Nascidos entre 1945 e 1965 devem procurar uma unidade básica de saúde e fazer um teste de hepatite C. O alerta, dado no Brasil pela Associação Brasileira dos Portadores de Hepatite-ABPH, foi lançado nos Estados Unidos, após a constatação de que essas pessoas têm cinco vezes mais riscos de estarem contaminadas. Porém, segundo o médico gastroenterologista, Dr. Fernando Hamilton Vieira, no Brasil, o vírus começou a ser diagnosticado somente em 1993. Por isso, todas as pessoas do grupo de risco, composto por indivíduos que realizaram transfusão de sangue, fizeram tatuagem, colocaram piercing, que tiveram múltiplos parceiros sexuais e profissionais de saúde que possam ter tido contato com sangue, são os principais aconselhados a realizarem o exame.

Teste instantâneo
A Secretaria Municipal de Saúde disponibiliza, gratuitamente, aos interessados, o teste de Hepatites B e C – ambos realizados de forma similar ao de glicose. Com o material totalmente descartável, se tira uma pequena amostra de sangue do dedo do paciente, após o sangue e o líquido reagente são colocados no aparelho que detecta a presença do vírus. Após menos de 15 minutos, já é possível saber o resultado: caso apareçam duas linhas no aparelho, o resultado é positivo, para apenas uma, o resultado é negativo.

Vírus
O médico salienta que a Hepatite C é um vírus que afeta sobretudo o fígado e pode causar a cirrose hepática. Segundo ele, 80% dos pacientes diagnosticados evoluem para a doença crônica. “Isso mostra que o vírus da hepatite é muito agressivo e deve ser diagnosticado com antecedência, para haver maior chance de cura”. Ele também destaca que esta é uma doença assintomática, ou seja, os portadores muitas vezes não percebem que possuem o vírus. “Não há sintomas, exceto quando a doença já está em um estágio mais avançado, a única reação que se pode identificar é o cansaço, porém, todo mundo cansa e isso pode passar despercebido”.

Tratamento
O tratamento da doença é difícil, segundo o Dr. Fernando Hamilton Vieira, o vírus se replica de forma lenta e demora muito tempo até trazer gravidade ao fígado. Ele ainda conta que existe a regra do 1/3, ou seja, um terço dos portadores desenvolve cirrose em até 20 anos após adquirir o vírus, outro terço de 20 a 50 anos e outro terço a partir de 50 anos.

As reações adversas do tratamento podem incluir: aumento de cansaço, depressão, anemia e fraqueza. A força de vontade por parte do paciente é um fator fundamental durante todo o processo. O médico destaca que hoje, com o avanço no combate ao vírus, as chances de cura da doença em estágio inicial variam entre 60% e 70%.

PACIENTES: HEPATITE C

Dados referente ao ano de 2013, de pacientes que realizaram tratamento na rede pública em Livramento

• Pré Tratamento:
63 (Homens: 31|Mulheres: 32)

• Tratamento: 
21 (Homens: 14|Mulheres:07)

• Pós Tratamento: 
24 (Homens 18 | Mulheres 06)

Total: 108

Retira-se uma amostra de sangue do dedo da pessoa


Se recolhe a amostra de sangue em um material descartável


Coloca-se o sangue no aparelho específico para o exame


Coloca-se o líquido reagente junto ao sangue


Aparecendo apenas uma linha, o resultado é negativo, já se forem duas, o resultado é positivo

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