Galpão Binacional com novo formato no Parque Internacional

Obra erguida em ritmo acelerado tem previsão de ficar pronta até o dia 7 de setembro

Galpão Binacional com novo designer sendo erguido no Parque Internacional

O Galpão Binacional, em fase de montagem no Parque Internacional deve estar pronto até o dia 7 de setembro, bem antes da Semana Farroupilha. A parte estrutural do galpão está a cargo da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e a parte da cobertura ficará a cargo da Intendência Municipal de Rivera, que fará o revestimento com capim santa-fé, que já está disponível no parque para ser utilizado.

A estrutura servirá para alojar a Chama Crioula. A centelha, distribuída em Taquara, é conduzida por 42 integrantes, sendo apenas uma mulher, do Grupo Santanense de Cavalgada, que virá da cidade histórica General Câmara, cerca de 420 km de Livramento, e chegará no dia 13 ao município. No dia 14 será realizada a abertura oficial da Semana Farroupilha, às 9h. O Galpão Binacional envolve o Obelisco da Paz, um dos maiores símbolos da integração latino-americana. 

Galpão Binacional, símbolo do evento 

Secretário Carlinhos Fernandes, responsável pela comissão organizadora da Semana Farroupilha

Enquanto no Rio Grande do Sul, o 20 de Setembro marca a data máxima gaúcha, em que se celebra o ideal da Revolução Farroupilha, no Uruguai, no mês de setembro comemora-se o Dia do Patrimônio, com o objetivo de difundir e cultivar o patrimônio cultural do país.

De acordo com o secretário da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e também responsável pela comissão organizadora da Semana Farroupilha, Carlinhos Fernades, “a nova estrutura do galpão foi pensada devido à estrutura antiga em forma de ferradura estar desgastada e também atrapalhar a locomoção das pessoas na praça. Além disso, a população vinha reclamando que a forma do galpão antigo separava as duas nações, uma em cada lado da ferradura, e quando chovia, o galpão ficava alagado”, observou.

Segundo Carlinhos, “a nova estrutura conta com tudo novo, desde o material utilizado até o desenho. Há mais de seis homens trabalhando na obra, com o intuito de inovar e deixar a estrutura mais adequada para receber a população santanense, colocando o município como capital do tradicionalismo e proporcionando mais integração entre a população dos dois países”, destacou.

Saiba Mais – Revolução Farroupilha

Demarcada como uma das mais extensas rebeliões deflagradas no Brasil, a Revolução Farroupilha contou com uma série de fatores responsáveis por esse conflito que desafiou as autoridades imperiais. Naquele período, a insatisfação junto às políticas imperiais e a proximidade das jovens repúblicas latino-americanas demarcaram o contexto inicial do conflito.

Ao longo da história econômica da região sul, a pecuária tornou-se um dos principais focos da economia gaúcha. Ao longo do processo de diversificação das atividades econômicas do país, os estancieiros (fazendeiros) sulistas tornaram-se os principais produtores de charque do Brasil. Esse produto, devido sua importância nos hábitos alimentares da população e seu longo período de conservação, articulava a economia agropecuária sulista com as regiões Sudeste e Centro-oeste do país.

Durante o Primeiro Reinado e Regência, vários impostos impediam a ampliação dos lucros dos fazendeiros sulistas em consequência do encarecimento do preço final do charque gaúcho. Não bastando os entraves tributários, a concorrência comercial dos produtos da região platina colocou a economia pecuarista gaúcha em uma situação insustentável. Buscando acordo com o governo central, os estancieiros gaúchos exigiam a tomada de medidas governamentais que pelo menos garantisse o monopólio sulista sob o comércio do charque.

Em 1836, inconformados com o descaso das autoridades imperiais, um grupo liderado por Bento Gonçalves exigiu a renúncia do presidente da província do Rio Grande do Sul. Em resposta à invasão feita na cidade de Porto Alegre, um grupo de defensores do poder imperial, também conhecidos como chimangos, conseguiu controlar a situação em junho daquele mesmo ano. Logo após a batalha de Seival, de setembro de 1836, os revolucionários venceram as tropas imperiais e proclamaram a fundação da República de Piratini ou República Rio-Grandense.

Com a expansão do movimento republicano, surgiram novas lideranças revolucionárias na região de Santa Catarina. Sob a liderança de Guiseppe Garibaldi e David Canabarro, foi fundada a República Juliana, que deveria confederar-se à República Rio-Grandense. Dessa vez, melhor preparadas, as tropas imperiais conseguiram fazer frente aos revoltosos que, devido à participação popular, ficaram conhecidos como farrapos. Sob a liderança do barão de Caxias, as forças imperiais tentavam instituir a repressão ao movimento.

Mesmo não conseguindo aniquilar definitivamente a revolta, o governo imperial valeu-se da crise econômica instaurada na região para buscar uma trégua. Cedendo às exigências dos revolucionários, o governo finalmente estabeleceu o aumento das taxas alfandegárias sobre o charque estrangeiro. A partir daí, Duque de Caxias iniciou os diálogos que deram fim ao movimento separatista.

Em 1844, depois da derrota farroupilha na batalha de Porongos, um grupo de líderes separatistas foi enviado à capital federal para dar início às negociações de paz. Após várias reuniões, estabeleceram os termos do Convênio do Ponche Verde, em março de 1845. Com a assinatura do acordo foi concedida anistia geral aos revoltosos, o saneamento das dívidas dos governos revolucionários e a libertação dos escravos que participaram da revolução.

 

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