A força do agro brasileiro

O Brasil é uma grande feira do agronegócio a céu aberto. Os eventos do setor, que existem em grande quantidade país afora, retratam a força do campo na economia e na própria cultura nacional. E uma iniciativa não atrapalha ou concorre com a outra. Pelo contrário: todas têm um viés específico, um foco, uma originalidade, uma bela história para contar.

A prática de organizar feiras e eventos, por si só, já é uma demonstração da maturidade comercial que a agricultura brasileira adquiriu nos últimos anos. Mas não é só isso. A produção inteira foi transformada. Passamos do rudimento à tecnologia tanto na gestão das propriedades quanto nos processos produtivos.

No Rio Grande do Sul, por exemplo, nesta semana está acontecendo a Expointer – que é a maior exposição do setor na América Latina e uma das maiores do mundo. É um verdadeiro oásis de um país que dá certo, mesmo sem desconhecer as dificuldades e os obstáculos que permanecem.

A edição de 2013 está reproduzindo o bom momento do agronegócio. Os números do primeiro final de semana já comprovam isso. É um maravilhoso encontro entre os mundos urbano e rural, que se fundem no que verdadeiramente são: um único corpo econômico e social.

Os grandes protagonistas da ascensão do agro brasileiro, como mostra a Expointer, são o próprio agricultor e suas mais diferentes entidades de representação. O meio soube entender que, para além de produzir com eficiência, era preciso ter estratégias de mercado que gerassem resultados sustentáveis para a propriedade. Também teve capacidade de organizar-se politicamente, o que é muito meritório.

Os governos, pelo menos em alguma medida, tentaram acompanhar esse passo e oferecer respostas. Claro que as ações nem sempre estiveram dentro das expectativas e das necessidades, mas, ainda assim, ficaram acima da atenção com que o setor público olhou para outros setores. Dois exemplos de boas iniciativas do governo federal demonstram isso.

O programa Mais Alimentos, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, possibilita que o agricultor familiar faça aquisições para a infraestrutura da propriedade rural a um juro de 2% ao ano e com até três anos de carência. Para financiamento de estruturas de armazenagem, o prazo pode chegar a 15 anos, com até três anos de carência. É uma iniciativa que tem dado resultados excelentes, permitindo que o pequeno produtor modernize seus processos.

Outro exemplo é o PSI – Programa de Sustentação do Investimento, do BNDES, que estimula a produção, aquisição e exportação de bens de capital e a inovação tecnológica. Através desse programa, o financiamento de máquinas e implementos agrícolas tem juro de 3,5% ao ano, o que está gerando maior mecanização e maior produtividade no campo.

Claro que essas linhas, em parte, são subsidiadas pelo governo. Mas isso ajuda a fazer com que o agronegócio segure, em alguma medida, a ínfima taxa de crescimento do PIB brasileiro, que não deverá passar de 1% no segundo trimestre do ano.

Se considerarmos o primeiro semestre como um todo, o agronegócio cresceu 12,5%, enquanto a indústria, afetada mais diretamente pelo Custo Brasil, cresceu apenas 0,7%. E esse pequeno crescimento só aconteceu devido ao desempenho da indústria de máquinas e implementos agrícolas e de caminhões. Ou seja: também tendo relação com o setor primário.

O agronegócio é um Brasil que dá certo. E as grandes feiras e exposições estão aí para ser uma vitrine de um país que, se já chegou bem longe, ainda pode avançar muito mais.

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