Vigilância Sanitária pede conscientização de profissionais e população quanto ao uso do formol

Indicação é de que somente sejam utilizados produtos aprovados pela ANVISA

Desde 2007, a Anvisa não registra alisantes capilares que tenham como base o formol em sua fórmula. As concentrações permitidas pela Agência, atualmente, não têm função de alisante. A substância só tem uso permitido em cosméticos nas funções de conservante (limite máximo de uso permitido 0,2%, conforme a Resolução 162/01) e como agente endurecedor de unhas (limite máximo de uso permitido 5%, segundo a resolução 79/00 Anexo V).

Segundo informações repassadas pelos técnicos sanitários da Vigilância local, todos os produtos registrados pela Anvisa que apresentam o formol na sua composição têm as concentrações da substância dentro dos limites previstos nas legislações. Quando o produto não é registrado, significa que a composição não foi avaliada, o que pode representar perigos à saúde.

O risco do formol em sua aplicação indevida aumenta quando maior for a concentração e a frequência do uso, e se dá pela inalação dos gases e pelo contato com a pele, sendo perigoso para profissionais que aplicam o produto e para usuários.

Silvana Teixeira

Para tentar controlar o uso indiscriminado dessa substância, a Vigilância Sanitária realiza fiscalizações periódicas nos salões de beleza, para verificar os produtos utilizados pelos profissionais. Caso seja encontrada alguma irregularidade, o profissional pode ser notificado, multado, ou até mesmo, ter seu estabelecimento fechado.

A cabeleireira Silvana Teixeira Soares afirma que somente utiliza produtos regulamentados pela Anvisa, para preservar sua saúde e a de suas clientes. “Trabalho com o mesmo produto há mais de três anos e nunca ocorreu nenhuma reclamação por parte das minhas clientes. O formol é compatível com outros produtos químicos, já os outros produtos que prometem o mesmo resultado, mas sem formol, restringem luzes, tinturas, e outros procedimentos que as clientes também gostam de fazer”, destacou.

 

Paola Mazzarino

Já Paola Mazzarino, também cabeleireira, é totalmente contra a utilização de escovas progressivas, mesmo com utilização regulamentada de formol. “Hoje em dia, já existem métodos de alisamento mais eficientes e que não agridem tanto o cabelo quanto esses a base de formol. As pessoas veem o cabelo liso e criam a ilusão de que somente o formol causa esse efeito”, opinou. Paola disse que quando a cliente leva o produto para aplicação de casa, ela cobra um valor exorbitante para que a mesma desista do procedimento. “O uso prolongado do formol causa problemas de saúde, além da queda de cabelo”, lembrou.

Sandra Saravia contou que nunca foi contra o uso do formol, embora os produtos que utilize para alisamentos não contenham a substância. “O formol é utilizado há muito tempo. No entanto, hoje em dia, em todos os produtos que recebo, o aviso ‘não contém formol’ aparece em destaque, e sempre mantenho eles em exposição para que minhas clientes fiquem tranquilas em relação a isso”, contou.

Sandra Saravia

O formol é considerado cancerígeno pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Quando absorvido pelo organismo por inalação e, principalmente, pela exposição prolongada, apresenta como risco o aparecimento de câncer na boca, nas narinas, no pulmão, no sangue e na cabeça.

Existem outras substâncias, registradas na Anvisa, que podem ser utilizadas em alisamentos capilares. Entre elas, estão o Tioglicolato de Amônio, Hidróxido de Sódio, Hidróxido de Potássio, Hidróxido de Cálcio, Hidróxido de Lítio e o Carbonato de Guanidina. 

 

Riscos do Formol

As reações ao uso do formol podem ser:
• Contato com a pele – Tóxico. Causa irritação na pele, com vermelhidão, dor e queimaduras.
• Contato com os olhos – Causa irritação, vermelhidão, dor, lacrimação e visão embaçada. Altas concentrações causam danos irreversíveis.
• Inalação – Pode causar câncer no aparelho respiratório. Pode causar dor de garganta, irritação do nariz, tosse, diminuição da frequência respiratória, irritação e sensibilização do trato respiratório. Pode ainda causar graves ferimentos nas vias respiratórias, levando ao edema pulmonar e pneumonia. Fatal em altas concentrações.
• Exposição crônica – A frequente ou prolongada exposição pode causar hipersensibilidade, levando às dermatites. O contato repetido ou prolongado pode causar reação alérgica, debilitação da visão e aumento do fígado.
No caso da escova progressiva, dependendo da concentração do formol, pode ainda causar queda capilar.
Informação: Anvisa

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