Genérico veterinário: bom para todos

Na última semana, entrou em vigor a lei dos medicamentos genéricos veterinários, que significa um grande avanço para a classe médico-veterinária, mas acima de tudo, para a sociedade. A nova lei trará benefícios diretos aos consumidores na medida em que novos medicamentos para uso veterinário forem introduzidos no mercado, com qualidade garantida e preços mais acessíveis. Com isso, produtores rurais e proprietários de animais de companhia serão beneficiados diretamente. Os criadores de frangos, suínos, bovinos e ovinos poderão investir, cada vez mais, na sanidade do rebanho, com a diminuição dos custos com medicamentos. O produtor aumenta a margem de lucros e, em alguns casos, pode baratear o preço final dos alimentos de origem animal. Entretanto, o mais importante nesse processo é o aumento da qualidade dos produtos que chegam à mesa de todos nós. O segmento de animais de companhia também ganha com a nova medida. Hoje no Brasil existem cerca de 25 milhões de cães e 7 milhões de gatos domiciliados, segundo pesquisa do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan). Porto Alegre é a capital que mais possui lares com pets e, em 2011, o mercado pet movimentou mais de 11 bilhões de reais no mercado brasileiro. Somente medicamentos e produtos veterinários representam 6% de todo o investimento. Levando-se em conta todas essas informações, podemos crer que com a possibilidade de fabricação de medicamentos genéricos veterinários haverá um grande movimento na indústria, quebra de patentes e abertura de novos mercados. Consumidores das Classes D e E poderão oferecer tratamentos adequados para seus animais, fato que atualmente torna-se inviável pelo alto custo de determinadas drogas. Com o medicamento genérico, todos saem ganhando: clientes, pacientes, médicos veterinários e produtores rurais. O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS) sempre defendeu o uso de medicamentos genéricos, pois significa uma medida de avanço para todo o setor, assim como os genéricos humanos foram para a Medicina e para a Saúde Pública. Porém é fundamental ressaltarmos que os medicamentos genéricos precisam ter a sua eficiência comprovada, mantendo exatamente as mesmas características e garantias de eficiência do que as medicações de referência, para que não ofereça riscos e nem prejuízos à sociedade.
Rodrigo Lorenzoni*
*Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS)

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