LITURGIA NA TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO Pe. Hermes da Silva Ignácio.

O saudoso e exímio teólogo Dom Boaventura Kloppenburg, OFM, em sua obra literária IGREJA POPULAR, deixou-nos um autêntico documentário da Teologia da Libertação, ideologia originária na América Latina, sob a sigla CpS (Cristãos para o Socialismo), que é Marxismo. Diz-nos que a notável gravidade reside na sagrada Liturgia: “ O Episcopado Colombiano, num grave documento de 21-11-1976 sobre estes movimentos em sua nação (XXXII Assembleia Plenária), pensa que “a instrumentalização da Liturgia é, talvez, o maior dos abusos que cometem. A Eucaristia deixou de ser, para eles, o Sacrifício e o Banquete do Senhor, para transformar-se em meio de conscientização, em instrumento de luta revolucionária, em ocasião de arengas políticas. Daí que nada os impeça de burlar todas as normas da celebração e de elaborar, a sua vontade, orações, fórmulas e cânticos, que destroem o sentido do sagrado na Liturgia e a convertem em ato de protesto e convite à revolta. Esta Eucaristia, assim profanada, já não edifica a comunidade dos irmãos, mas incita o comício dos camaradas”. (”Camarada” é o tratamento que os comunistas se dão entre si).Com efeito, o Serviço de Investigação e Ação Educativa de Bogotá publicou, em 1976, Oração a partir da Práxis Libertadora. Pretende ser um livro de oração para pessoas que fizeram uma opção classista por um tipo de práxis libertadora, que julga haver encontrado na revolução e na luta de classes o caminho único, para a plena libertação humana. Afirma-se, na apresentação, “já não é a linguagem absoluta dos documentos tradicionais ou dos sermões estereotipados. Já não é o rotineiro tilintar das palavras ocas e idealistas de tantas orações litúrgicas”. São orações cheias de críticas à Igreja, à ortodoxia, à teologia, ao que repelem como “espiritualidade não encarnada”. Os que rezam por este livro, têm que ver inimigos por toda a parte e fomentam o sentimento de ódio de uma forma tal que nos perguntamos como foi possível que “cristãos” tenham podido chegar a tais extremos. Até as próprias 24 Orações Eucarísticas respiram, constantemente, esta atmosfera de luta e ódio, abusivamente chamadas Práxis Libertadora. Eis algumas mostras: Na Oração Eucarística “da Igreja dos Pobres”, rezam: “Oremos por uma Igreja pobre e dos pobres, livre… de estruturas”. “Livrai-nos, Pai, de nossas seguranças doutrinais e jurídicas. Faz-nos radicais no anúncio de teu Evangelho… Liberta, também, os pastores de toda resposta pré-fabricada de toda convenção…”As mensagens de Nossa Senhora ao Pe. Stefano Gobbi confirmam a reprovação da Teologia da Libertação pelo beato, Papa João Paulo II. Assim, em Quito, Equador, a 27 de fevereiro de 1992, ano em que era comemorado o Quinto Centenário da Evangelização da América Latina, Pe. Gobbi obteve solícita manifestação da Mãe e Rainha celeste. A Santíssima Virgem, após ter denunciado a crescente difusão dos males que ameaçam a integridade moral dos povos latino-americanos, proclamou: “Também a Igreja, que neste continente vive e sofre, é ameaçada por uma divisão interior, causada pela separação do Papa e pela oposição ao seu Magistério por parte de alguns bispos, teólogos, sacerdotes e fiéis. Sobretudo, o meu Adversário quis golpeá-la com a enganosa insídia da Teologia da Libertação, que é uma verdadeira traição a Cristo e a seu Evangelho”. Só esta definição da Mãe de Deus é suficiente para o total descrédito a esta diabólica ideologia, sob aparência de autêntica verdade e salvação. A referida advertência da Virgem Maria já havia sido proclamada em 25 de fevereiro de 1988, em Itaici (Brasil) durante os Exercícios Espirituais: “A Igreja ameaçada de perder a fé… Esta situação é causada pelos Pastores que não estão unidos ao Papa. Sua preocupação é voltar-se exclusivamente aos problemas sociais, esquecendo-se de que Jesus morreu na Cruz e ressucitou para obter o grande dom da Redenção e para salvar as almas. Desta forma, difunde-se sempre mais o ensino da Teologia da Libertação, que é uma verdadeira traição a Cristo e ao seu Evangelho. Bispos e Sacerdotes da Santa Igreja de Deus, voltai a plena unidade com o papa! Voltai a ensinar as verdades reveladas por Jesus, com coragem e fidelidade! Pregai o Evangelho na sua integridade e tomai conta do rebanho que vos foi confiado! O cisma e a apostasia ameaçam a Igreja que vive nesta vossa Nação. Em nome de um falso modo de entender a liberdade, são permitidas e justificadas, também, as mais graves desordens morais”.É mister lembrar que o Movimento Sacerdotal Mariano, fundado pelo Pe. Stefano Gobbi, a pedido expresso de Nossa Senhora, quando de uma peregrinação à Fátima, bem como as suas numerosas mensagens, teve aprovação do papa João Paulo II e sancionado o “Imprimatur” do livro pelo Cardeal Bernardino Echeverria, Arcebispo Emérito de Guayaquil e Administrador Apostólico de Ibarra, aos 29 de junho de 1995, Festa de São Pedro e São Paulo. O cardeal diz que “considera não somente um privilégio dar o “Imprimatur” para as edições do livro, mas também a oportunidade para recomendar a leitura das mensagens que contribuirão para aumentar a devoção à Santíssima Virgem Maria”.

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