IMAGEM, SÍMBOLO OU FIGURA

Pe. Hermes da Silva Ignácio
Recentemente, fui à padaria comprar pãezinhos caseiros. Tendo formulado o pedido, a balconista disse-me que só havia pé-de-galinha; desconhecendo, então, esta nomenclatura relativa a pães, respondi-lhe que não queria carne; mas, sim, pão; ela compreendendo que eu não estava “familiarizado” com tal terminologia, mostrou-me pãezinhos em forma de pé de galinha. Foi, pois, resolvido o caso. Deste fato, surgiu-me a ideia, de alguma maneira explicativa, da simbologia das imagens da Santíssima Trindade, de Jesus Cristo, da Virgem Maria, dos anjos e dos santos, veneradas na Igreja Católica e em outras Igrejas Cristãs, tais como, a Ortodoxa, com devoção à Nossa Senhora e santos, através dos seus ícones.
O pãozinho pé-de-galinha não é a realidade de uma galinha viva ou morta; é apenas uma representação de uma patinha galinácea; assim, também, semelhantemente, as nossas imagens devocionais representam algum ser sobrenatural, a quem prestamos respeito e veneração (não adoração, como atribuem nossos irmãos separados da integridade da Fé), tendo à vista delas, o pensamento voltado a quem simbolizam. Portanto, nossas orações não pairam no objeto material, que está diante de nossos olhos, seja de ouro, prata, gesso, madeira, etc. As imagens são-nos muito úteis, pela razão que favorecem nossos relacionamentos com a Divindade e seus amigos, os anjos e santos da glória.
As imagens reprovadas por Deus, tantas vezes descritas na Bíblia sagrada, são aquelas de ídolos, “feitas por mãos humanas”, de homens, animais, astros e outras coisas para, de fato, adorá-las. Temos na história universal inúmeros povos idólatras, isto é, prestando adoração aos deuses nacionais. Uma multidão enorme de cristãos, homens e mulheres, morreram mártires da fé cristã, recusando o culto de adoração a um determinado ídolo, sobretudo, no Império Romano, com seus vários deuses.
O mesmo Deus único e verdadeiro, que proibiu a confecção e culto de imagens, prescreveu imagens de anjos postos na arca da Aliança e no Templo de Jerusalém. O livro do Êxodo narra a lei sobre o Tabernáculo com seu mobiliário: O Senhor ordenou a Moisés a construção da arca da Aliança com preciosos ornamentos, dentre os quais os anjos querubins de ouro, dizendo: “Farás dois querubins de ouro batido, nas duas extremidades da tampa, sobre a qual terão a face inclinada. Ali virei ter contigo, e é de cima da tampa, do meio dos querubins, que estão sobre a arca da Aliança, que te darei todas as minhas ordens para os israelitas” (Ex25, 17 e 18. 20. 22).
O primeiro livro dos Reis, no cap. 7º descreve o interior do Templo de Jerusalém, no qual o Senhor ordenou fossem colocadas sobre as pedras cinzeladas que estavam entre os caixilhos, imagens de querubins e outras figuras, como expressões amorosas de Deus para com seu povo.A serpente de bronze, levantada no deserto por Moisés, era figura de Cristo levantado na Cruz do Calvário, após muitos séculos; todo o ferido das serpentes venenosas era curado ao olhar para a imagem colocada sobre o poste. Analogamente, Jesus crucificado atrai a si e sara as feridas provocadas pela serpente infernal, de todos aqueles que o contemplarem com espírito de penitência e conversão.
Na série dos séculos de vida cristã, inúmeras manifestações taumatúrgicas de Deus sucederam-se relacionadas às santas imagens, haja vista, as do sagrado Coração de Jesus trazendo revelações particulares, em épocas distantes uma da outra, às santas religiosas, na França, Margarida Maria Alacoque e, na Polônia, Faustina Kowalska, de 1931 – 1938.
Sobremodo patente é o milagre da formação da imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, no México, em 1531, cujas feições da Virgem permanecem intactas no manto do índio São Diego, sob uma pintura inexplicável pela ciência humana, resistindo, até hoje, a tantos fatores ambientais, como umidade, fuligem, etc.Não fosse a limitação do espaço literário, poderia demonstrar o valor imprescindível ao ser humano acerca da formação mental das imagens, desde a criancinha que balbucia o nome “mãe” por ter tido, num setor do cérebro, a imagem da mãe, com a qual convive permanentemente e recebe dela as impressões do expresso amor materno. os próprios contestadores das veneráveis imagens, contradizem-se, por vezes, adotando-as em suas obras literárias, como é o caso dos Adventistas do Sétimo Dia, no livro O RAIAR DE UM NOVO DIA…

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