Livramento na vigilância contra a Dengue e a Doença de Chagas

No município, foram encontrados 5 focos do mosquito. Já na zona rural a preocupação é com o barbeiro

Água parada em vasos ornamentais no cemitério

O Município de Livramento conta, atualmente, com um suporte de 14 agentes de campo, com a meta de cobrir 100% dos 40 mil imóveis que existem na cidade. A ação preventiva está sendo motivada pelo aparecimento de cinco focos do mosquito da Dengue, em localidades como Vila Argiles e Jardim Athenas. O município está positivo para a Dengue, ou seja, há larvas do Aedes Aegypti, porém não existem pessoas infectadas, doentes com a dengue. Um município é considerado como positivo, quando são encontrados mais de um foco do mosquito, portanto, a colaboração da comunidade é fundamental para evitar a proliferação do mosquito.

Potes com água parada no Cemitério Municipal

O inseto transmissor da Dengue é típico de regiões urbanas de clima tropical e subtropical, e possivelmente chega a Livramento pela BR 158, com carros, caminhões, motos e ônibus de turistas. Carlos Augusto Prates, Supervisor de Campo da Vigilância Ambiental em Saúde, explica que o trabalho no controle da Dengue é nacional, e os agentes do município têm a função de revisar, colocar areia e eliminar os possíveis focos da dengue, retirando a água dos potes. O mosquito, que transmite duas doenças perigosas – dengue e febre amarela urbana – tem encontrado no Cemitério do município o local ideal para sua proliferação. Portanto, o local é considerado um ponto estratégico, sendo vistoriado de 15 em 15 dias.

Carlos salientou que o mosquito macho alimenta-se de frutas ou outros vegetais adocicados, porém, a fêmea alimenta-se de sangue animal (principalmente humano). No momento em que está retirando o sangue, a fêmea contaminada transmite o vírus da dengue para o ser humano. Na picada, ela aplica uma substância anestésica, fazendo com que não haja dor. Elas costumam picar o ser humano no começo da manhã ou no fim da tarde, nas regiões dos pés, tornozelos e pernas. Isto ocorre, pois costumam voar a uma altura máxima de meio metro do solo. Após, a fêmea deposita seus ovos em locais com água parada (limpa ou pouco poluída). Por isso, é importante não deixar objetos com água parada dentro de casa ou no quintal. Sem este ambiente favorável, o Aedes Aegypti não consegue se reproduzir. As larvas são brancas quando nascem, mas tornam-se negras depois de algumas horas. A dengue, se não tratada corretamente, pode levar o indivíduo à morte.

Carlos Augusto Prates, Supervisor de Campo da Vigilância Ambiental em Saúde

De acordo com Carlos, outra preocupação é com relação à zona rural, onde já foi encontrado o inseto Triatoma Rubrovaria (vulgo barbeiro), que causa a Doença de Chagas. O município conta com a colaboração exclusiva da população para o conhecimento e apreensão dos Barbeiros (PIT), e informa que ao encontrar este inseto, não se deve matá-lo. “Proteja as mãos para manusear o inseto. Coloque-o em um pote com furos na tampa e entregue em um dos 17 Postos de Informação da zona rural. Junto ao pote, deixe por escrito seu nome e telefone e aguarde o contato do Agente de Saúde que irá orientá-lo sobre medidas a serem adotadas”, informou Carlos.

Há 17 postos de coletas e informações na zona rural do município, localizados no Cerro do Trindade, Sto Elpídio, Capão Alto, Ponta de Corales, Vila Idarte, Três Vendas, Marco do Lopes, Cambará, Passo da Cruz, Três Vendas, Marco do Lopes Cambará, Passo da Cruz, Pampeiro, Sta Rita, São Leopoldo, Campo de Cooperação, Tafona e Angico. O controle do Barbeiro é feito de forma mensal, e o trabalho de prevenção conta com a contribuição e colaboração da população. 

Saiba mais: Doença de Chagas

A doença de Chagas, mal de Chagas ou chaguismo, também chamada tripanossomíase americana, é uma infecção causada pelo protozoário cinetoplástida flagelado Trypanosoma cruzi, e transmitida por insetos, conhecidos no Brasil como barbeiros, ou ainda, chupança, fincão, bicudo, chupão, procotó, da família dos Reduvídeos (Reduviidae), pertencentes aos gêneros Triatoma, Rhodnius e Panstrongylus. Trypanosoma cruzi é um membro do mesmo gênero do agente infeccioso africano da doença do sono e da mesma ordem que o agente infeccioso da leishmaniose, mas as suas manifestações clínicas, distribuição geográfica, ciclo de vida e de insetos vetores são bastante diferentes.

Os sintomas da doença de Chagas podem variar durante o curso da infecção. Nos primeiros anos, na fase aguda, os sintomas são geralmente lentos, pouco mais do que inchaço nos locais de infecção. À medida que a doença progride, durante até cinquenta anos, os sintomas tornam-se crônicos e graves, tais como insuficiência cardíaca e desordens do sistema digestivo. Se não tratada, a doença crônica é muitas vezes fatal. Os tratamentos medicamentosos atuais para esta doença são pouco satisfatórios. Os medicamentos têm efeitos colaterais significativos e são, muitas vezes, ineficazes, em especial na fase crônica da doença. Pacientes em estado grave são muitas vezes encaminhados ao transplante cardíaco, porém não há cura para a doença.

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