Caminhada, doações e homenagens marcam 6 meses de incêndio na Kiss

Associação organizada por pais já conta com 680 cadastrados

Seis meses depois do incêndio que matou 242 pessoas na boate Kiss, em Santa Maria, a cidade da Região Central do Rio Grande do Sul ainda luta para se recuperar da perda. O sábado (27) será marcado por atos, homenagens e celebrações religiosas para lembrar a memória das vítimas. Além das atividades, o grupo que reúne sobreviventes e familiares de vítimas quer fazer um balanço do que mudou depois da tragédia.

A programação começa na manhã de sábado, a partir das 11h, quando 242 pessoas ligadas às vítimas estarão reunidas no Calçadão Salvador Isaía, na área Central da cidade, para doar roupas das pessoas que morreram no incêndio na casa noturna.

Durante a noite, além da concentração na Praça Saldanha Marinho, o grupo formará uma procissão, com buzinaço previsto para as 18h45 e celebração ecumênica na Catedral logo em seguida.

Ao longo de seis meses, além de trabalhar o luto, pais se reuniram para avaliar a tragédia e pedir soluções. A associação foi criada uma semana após a tragédia, embora tenha sido oficializada apenas no dia 14 de março.

Localizada no sexto andar do antigo prédio da reitoria da Universidade Federal de Santa Maria, a associação funciona por meio de uma incubadora. A sede, uma sala mobiliada com algumas mesas e cadeiras, um computador e cartazes espalhados pelas paredes, é o ponto de encontro diário de pais, que buscam consolo a partir de conversas e trocas de experiência.

“Todas as famílias precisam de alguma coisa. Tanto na parte financeira, quanto na parte emocional. O problema é de todos”, disse Marta Beuren, mãe de Silvinho, jovem de 31 anos que morreu no incêndio.

Sem telefone fixo, a organização dos encontros depende, muitas vezes, do boca a boca. Segundo a secretaria executiva, pelo menos 680 pessoas estão cadastras, entre sobreviventes e familiares. Deste número, 146 são pessoas que estavam na boate no dia da tragédia.

Além das homenagens, viagens a Brasília foram feitas, um advogado presta assistência aos familiares, assim como psicólogos. Todos os dias é realizada uma vigília na Praça do município, onde cada família é responsável pela organização. A ideia é que o movimento continue até se completar um ano da tragédia.

 

 

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