Médicos de fronteiras

Há vários anos não visito Quaraí,mas sempre leio notícias que digam respeito ao municipio,com forte presença na vida social,politica e cultural da região.Com 25 mil habitantes,Quaraí é vizinha do municipio uruguaio de Artigas,da qual está separada por uma ponte.É muito mais próxima de Artigas,portanto, do que de outras cidades brasileiras da região. E a exemplo de Livramento e Rivera participa de um intercambio obrigatório com Artigas, do qual não pode abdicar sob pena de grandes prejuizos para sua população.Vale a mesma observação para sua vizinha Artigas.Mas,há problemas que a cidade de Quaraí já poderia ter resolvido, como a falta de médicos brasileiros para o atendimento de pacientes no seu Hospital de Caridade.Só não acho que se deva considerar Quaraí como um caso atípico.Váris cidades gauchas enfrentam problemas semelhantes,dentro de um contexto no qual a saúde da população não é prioridade dos governos.A sorte dos pacientes de Quaraí, que buscam o Hospital de Caridade,é que eles são atendidos por uma maioria de médicos uruguaios.Não fosse essa colaboração,esperariam muito tempo para serem atendidos.O prefeito de Quaraí,Ricardo Gadred, que tambem é medico, conhece muito bem a situação. Ele só não se dedica exclusivamente a administração do muncipio porque sua presença no hospital é indispensável para a realização de cirurgias.Não queiram,portanto,convencer os habitantes de Quaraí que médicos uruguaios são dispensáveis.Só temo que brevemente o corporativismo da categoria profissional dos médicos invente uma forma de impedir que eles trabalhem em território brasileiro.
As cidades da fronteira devem reforçar cada vez mais os laços de cooperação em todos os sentidos,principalmente nas áreas da saúde e da segurança pública.Trata-se de um imperativo escrito em termos irrevogáveis pela geografia,com o aval de todos os brasileiros e uruguaios inteligentes.A propósito da nossa elogiável forma de viver,como se fossemos uma só família,mesmo pertencendo a nacionalidades diferentes,até quando o Carnaval santanense será realizado separadamente do que se faz em Rivera ? Precisamos reconstruir urgentemente os desfiles com a participação de escolas de samba de ambas as cidades nas ruas dos Andradas e Sarandi.Não há maior problema em se recriar, já no próximo ano, uma tradição tão bonita.Basta que as autoridades santanenses e riverenses sentem em torno de uma mesa, com representantes das entidades carnavalescas, para que isso aconteça.Assistiremos novamente desfiles inesquecíveis,com a mistura de samba e candombe,e a satisfação de milhares de carnavalescos que um dia cantaram e se divertiram ,de um lado e outro da fronteira,numa misturada salutar de portugês e espanhol.

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