O Anjo Bernardo

Já me perguntaram o gostaria de ser se não fosse jornalista Tentei responder a surpreendente pergunta,mas percebi que não satisfiz a curiosidade do meu interlocutor.
E realmente não consigo me ver abraçado a outra profissão.Mas,nos anos oitenta,quando vivi um período de desencanto com o Jornalismo,enfrentei seis semestres do curso de Direito na Pontifícia Universidade Católica,sem me desvincular da minha profissão.Minha vontade de concluir o curso esbarrou em dificuldades inesperadas.Trabalhando durante o dia e estudando a noite,eu me sacrificava em demasia,alem de ter pouco tempo para conviver com minha família.Entendi que meu sacrifício não valeria a pena,embora minhas relações com as disciplinas do curso de Direito fossem as melhores possíveis.Guardo até hoje os boletins com as minhas notas,nunca inferiores a oito.O fato de ter sido sempre um constante leitor me ajudou muito.Eu colocava no papel as respostas para as questões constantes das provas com extrema facilidade.Mas,num final de ano ruim,no qual eu me sentia estressado,me despedi dos colegas e tranquei a matricula.Poderia ter retornado mais tarde para cursar os poucos semestres que faltavam,mas isso não aconteceu.Meu namoro com a teoria do Direito não terminou em casamento.
Hoje penso que minha vida seria diferente trabalhando como jornalista e advogado.Só não sei tenho que ramo do Direito escolheria.O certo é que não seria advogado criminalista.E nada contra os advogados criminalistas,alguns integrantes do meu circulo de amigos.Conhecendo meu temperamento,porém,eu seria um fracasso como advogado criminalista.Até porque jamais defenderia quem cometeu um crime bárbaro como o do menino Bernardo Boldrini.,dia quatro de abril,em Frederico Westphalen.Nenhuma quantia em dinheiro me faria argumentar em defesa de um monstro ou monstros com forma de gente.Que argumento eu teria para justificar a barbárie cometida contra um menino de 11 anos,em ação hedionda articulada pelo pai,a madrasta e uma amiga dela? Gente dessa espécie, capaz de aplicar injeção letal num inocente e enterrar seu corpo numa cova rasa,no meio do mato,não pode ser defendida com argumentos respeitáveis,que o advogado inventa justificando que se trata de procedimento normal em sua profissão.Bernardo Boldrini é hoje um anjo depois de ter sido menino, assassinado por pessoas covardes,monstruosas e insensíveis.Pessoas que a rigor não merecem nem mesmo água suja para matar a sede.E o que se dizer do pai de Bernardo,especificamente,que calou e compactuou com a doida da sua mulher,obsessiva no desejo de se livrar do menino a qualquer preço? Qual o melhor adjetivo para definir esse sub-homem que,incrivelmente,um dia exerceu a profissão de médico? Em respeito aos leitores não termino este comentário com um sonoro palavrão.

 

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