Comunidade pede melhorias nas condições dos banheiros

Frequentadores das praças estão indignados com os banheiros fechados durante todo feriado e fim de semana

Banheiros precisam de melhorias

Segundo o dicionário Aurélio, o verbete “praça” consiste em um “lugar público cercado de edifícios; largo”. Mas este conceito tão restrito não costuma refletir o que habita o imaginário coletivo de uma comunidade. Usualmente, quando se pensa em uma praça, a imagem que vem à mente é de um ambiente aberto, arborizado e agradável, propício ao descanso, à confraternização e à reunião com os amigos. Praça, para muitos, é o local onde a comunidade se encontra nos momentos de lazer, onde toda a família convive e de que todos podem (ou deveriam poder) desfrutar.
Na sociedade em que vivemos, caracterizada por um ritmo de trabalho acelerado e intenso, os (cada vez mais raros) momentos de lazer, tornam-se ainda mais valorizados. Pensando nisso, e na importância destas atividades na promoção da qualidade de vida dos cidadãos, a equipe do Jornal A Plateia continua na verificação da situação das praças centrais da cidade, para conferir se elas são uma boa opção para estes momentos tão preciosos, e se oferecem condições para tal.
De acordo com Ana Assef, secretária de Serviços Urbanos, a diferença está na segurança. Ela deu exemplo das praças de Rivera, onde há um policiamento efetivo, que inibe a formação e permanência dos grupos que praticam a desordem. “As praças municipais são apenas para as pessoas frequentarem durante o dia. À noite, chega a ser um lugar perigoso para se estar”, ressaltou ela.

Praça José Bonifácio

Ana Assef, secretária de Serviços Urbanos

O local conta com o auxílio do zelador, que cuida diariamente do lugar. Os garis fazem a varredura todos os dias pela manhã, e a iluminação está ativa desde o começo do ano. Segundo Ana Assef, no início de sua gestão, foi feita uma limpeza no local, com roçadeira, enxadas e uma manutenção elétrica interna da praça, pois estava sem luz. A secretária ainda assegura que os funcionários têm limpado as praças, dentro das condições disponíveis. Nos banheiros, as descargas sempre aparecem quebradas, e é solicitado ao DAE que vá ao local e arrume, mas, geralmente, no outro dia, estão estragadas novamente. “Até que o pessoal aprenda a cuidar o bem comum, não tem como manter as praças impecáveis”, desabafou Ana.

 

 

Maurici Cavalcanti de Oliveira, o Bocha da banca

“A Praça José Bonifácio não é das piores, está iluminada à noite, os aparelhos inteiros, limpa, exceto por algumas pessoas que jogam o lixo no meio da praça. O problema é o pessoal da rua, que dorme no local, bebe e usa drogas. Às vezes, tem uma mulher e dez homens, inclusive eles provocam, muitas vezes, curto circuito na rede elétrica, pois aquecem água nos fios, que eles cortam e desencapam para colocar dentro das térmicas. Algumas vezes, o povo reclama que está sem luz, mas esse é um dos motivos. Domingo passado (26), tinha uns vinte moradores de rua nos bancos, não permitindo que as pessoas pudessem chegar com suas famílias, seus filhos, para usufruir do lugar, sendo que 95% da sujeira é provocada por eles (grupos de vândalos que perambulam pelo interior da praça). Todos os dias, o zelador da praça varre, limpa e tira o lixo. O banheiro é limpo com produtos de limpeza dados pela Prefeitura, e mesmo assim, as pessoas que usam o banheiro são capazes de ver que o local está limpo e fazer as necessidades no chão. Quando fizeram os banheiros, colocaram pias, os vasos sanitários, as descargas, todos novos. No entanto, um dos banheiros durou apenas sete dias. De que jeito os pais trarão seus filhos, se tem dias que em cada banco tem um bêbado deitado. É linda a paisagem da praça no fim de tarde, principalmente no verão, e a quantidade de pessoas idosas que usam os aparelhos de ginástica. Mas tem dias que eles se localizam bem próximo dos aparelhos, impedindo que as pessoas possam chegar até eles. Nas praças de Rivera, não há esses grupos, devido à segurança do local. Por esse motivo, as praças de Rivera se mantêm e as nossas não”, desabafou Maurici Cavalcanti de Oliveira, o Bocha da banca.

Wilian Ademar Bitencurt Pereira, 17 anos

“Usei o banheiro agora há pouco, e está muito sujo. Acho que ninguém faz a limpeza do lugar, ninguém dá a devida importância para os banheiros públicos. E o cheiro que sai de dentro exala por toda a praça”, relatou Wilian Ademar Bitencurt Pereira, de 17 anos.

 

 

 

 

 

Daniele de Medeiros, 26 anos

“A população, ao invés de cuidar do patrimônio que é público, destrói o que já foi feito, o que já foi arrumado. É um local de lazer, e ao invés de ter famílias aqui sentadas, tem os moradores de rua dormindo nos bancos”, comentou Daniele de Medeiros, de 26 anos.

 

 

 

 

Praça Oriovaldo Grecellér 

Pessoas à procura dos banheiros da Praça Oriovaldo Greceler, que estavam fechados

A praça, localizada em frente à Santa Casa e à Câmara de Vereadores, está sem iluminação, e durante feriados, fins de semana, horários de almoço e após as 19h, os banheiros ficam fechados, gerando inúmeras reclamações.

Avelino Luiz Cardoso de Freitas, chaveiro, que trabalha nas mediações da praça

“Os banheiros ficam abertos durante o expediente dos zeladores, e como a Prefeitura fez feriadão, eles não estão trabalhando. O pessoal não cuida, depredam, e por isso não há condições de permanecerem abertos à comunidade. Os bons pagam pelos ruins. Hoje (sexta-geira), há um número muito grande de pessoas à procura dos banheiros e se deparando com os cadeados nas grades das portas. Muitas vezes, são pessoas idosas e trabalhadores que ficam aqui por perto”, relatou Avelino Luiz Cardoso de Freitas, chaveiro.

 

 

 

 

 

Ana Glades Lencina Melo

“Como banheiros de uma praça que fica em frente a um hospital podem estar fechados? As pessoas estão fazendo suas necessidades no meio da praça, foi o caso do meu pai, Noé Melo, uma pessoa doente, idosa, que não consegue se segurar. Ele tem Alzheimer, e quando dá a vontade de fazer ‘xixi’, ele tem que fazer, nem que seja no meio da rua”, contaram Ana Glades Lencina Melo, 57 anos, e Noé Melo.

 

 

 

 

 

Xoxo, da banca do Zé, em frente à Santa Casa

“Eu acho que está bem melhor a aparência da praça e os cuidados que estão tendo com ela. A manutenção está sendo realizada diariamente, o pessoal varre com frequência e junta todo o lixo, embora poucas horas depois já tenha lixo novamente jogado no meio da praça. É claro que existem pessoas que não cuidam, e por isso não está melhor, isso faz parte da educação das pessoas e da cultura da comunidade. Os banheiros poderiam ficar abertos, mas se ficam, no outro dia estão com os equipamentos quebrados. Aqui na praça tem dois praceiros, e são muito bons, limpam a praça, as calçadas e os banheiros, pois ficam muito sujos”, relatou Xoxo, da banca do Zé, em frente à Santa Casa.

 

 

O que você acha da aparência das praças centrais da cidade?

“Eu penso que as praças poderiam ser mais bem cuidadas, pois levo as minhas filhas e sempre encontro os brinquedo quebrados, os balanços com as correntes arrebentadas. No entanto, sei que é uma faca de dois gumes, já que se a Prefeitura colocasse alguém para tomar conta, talvez durasse mais tempo, mas também não se nota que façam questão de recuperar o que já foi destruído. Tem alguns brinquedos em que as crianças até correm o risco de se machucar. A população também tem grande responsabilidade. Se cuidassem do patrimônio público, não haveria a necessidade dessa
recuperação”.
Katia Vaqueiro, 30 anos

 

“Estão um pouco abandonadas. Deveriam ser mais floridas, deveria haver reparação, principalmente nas que têm brinquedos. Algumas estão precisando muito desses cuidados”.
Ângela Khel, 38 anos

 

 

 

“Eu acho que as praças não estão seguras à noite. Em Rivera, eles investem mais, principlamente na parte estrutural, o que não acontece aqui. Acho que precisa de mais investimento nesses locais, porque a maioria dos santanenses vai para as praças de Rivera por serem mais seguras e limpas”.
Deisi Arbello, 26 anos

 

 

 

 

“Os santanenses não têm o hábito de frequentar as praças, como em Rivera. Até porque nossas praças não têm atrativos e nem estão em ótimo estado de conservação e iluminação. Faltam eventos e uma maior atenção com elas”.
Fernando Vargas, 29 anos.

 

 

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