Concurso do magistério

Ouviram-se muitas críticas em relação à prova do concurso do magistério realizado em 2012, principalmente ao sistema de avaliação aplicado, que levou à reprovação 92% dos candidatos, consoante dados da própria Secretaria de Educação. Agora, segundo o órgão do governo, houve uma mudança fundamental — para melhor — na contagem da pontuação e consequente classificação e aprovação.
Dentre muitas maledicências, uma foi abordada neste espaço sob o título “Em defesa dos mestres”, em que foram retratadas as reprovações de professores com uma ou várias especializações e, outros tantos, com pós-graduação e mestrado. Neste contexto, enfatizou-se que esses candidatos não estavam classificados entre aqueles que não conseguem interpretar textos, ou dominar a língua materna — requisitos básicos para um bom professor —; ao contrário, são os mais qualificados, e os títulos provam esta condição.
As observações e críticas, feitas à época, eram, principalmente, em virtude de que estava clara a ideia do governo de reprovar em massa os professores para que deixassem de reivindicar, e tivessem os seus brios levados à lama, e dessa forma mostrar para a população que os docentes não eram merecedores do piso salarial que tanto buscam.
O certo é que as reprovações ocorreram porque havia um sistema de avaliação injusto e incoerente com o proposto no edital, que repetidas vezes citava a avaliação como busca de coerência e integração. Houve casos de candidatos aprovados com 64 pontos e outros reprovados com 81 pontos. Estes, com alta pontuação em Língua Portuguesa, Conhecimentos Pedagógicos, e Conhecimentos da Área de atuação; aqueles, com média em todas as disciplinas, sem, contudo, atingir índices elevados iguais aos de alguns reprovados.
Parece que a Secretaria de Educação ouviu os apelos e entendeu que não pode desprezar os professores, qualificados com especialização e mestrado, e, quiçá, doutorado, com um sistema de avaliação equivocado. Convém salientar que muitos desses educadores, apaixonados pela profissão, encontram-se em plena atividade e estão sempre buscando o aperfeiçoamento, contribuindo sobremaneira na melhoria da qualidade da educação em nosso estado.
No novo certame haverá dois módulos. O candidato terá que acertar 60% das questões em cada módulo. Critério justo e que resultará em um número bem maior de aprovados. Em síntese, o contrassenso ocorrido no concurso anterior não prevalecerá desta vez, pois aqueles que demonstraram grande conhecimento nas principais disciplinas e ficaram fora, serão, desta vez, os primeiros classificados.

Dirnei Rodrigues Bandeira
Militar Estadual da Reserva

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