Doença do beijo, mais comum em adolescentes, agora em bebês

Os sintomas da mononucleose infecciosa se assemelham aos da gripe

Danilo Beltrão Tarouco, médico pediatra

O que muitos pensam ser um carinho, um afago, uma forma de transmitir afeto, o beijo, é a forma mais comum de transmissão de certos vírus e bactérias. Segundo o médico pediatra Danilo Beltrão Tarouco, já existe, em Sant’Ana do Livramento, pelo menos quatro casos de crianças com a popularmente conhecida, Doença do Beijo. A mononucleose infecciosa é uma doença contagiosa, causada por um vírus da família do herpes, chamado vírus Epstein-Barr (EBV), que é transmitido através da saliva. Danilo afirmou que a mononucleose é mais comum em adolescentes e adultos jovens e se caracteriza pelos sintomas de febre, dor de garganta e aumento dos linfonodos. Ele acrescentou ainda que o fato de vÁrias crianças contagiadas pelo vírus é uma situação atípica. “Este mês tive três crianças internadas, e as três com febrão de 41º”, destacou o pediatra.

O vírus Epstein-Barr é transmitido de humano para humano através da saliva. Por este motivo ganhou a alcunha de “doença do beijo”. Além do beijo, a mononucleose pode ser transmitida através da tosse, espirro, objetos como copos e talheres ou qualquer outro modo onde haja contato com a saliva de uma pessoa contaminada. Danilo explicou que a doença incomoda bastante, no entanto, não é grave, por ser viral, os medicamentos aliviam os sintomas, porém, o vírus sai do corpo depois de alguns meses. Algumas crianças permanecem com os sintomas de quatro a seis dias e outras de quinze a vinte dias. Muitas vezes a suspeita de mononucleose é feita a partir de um hemograma comum. O diagnóstico médico de certeza é feito por exame de sangue mais específico. Como os sintomas podem ser leves ou confundidos com outras viroses comuns, só quando as pessoas fazem esse exame ficam sabendo que no passado já foram infectadas e tiveram a doença. O dado diagnóstico mais constante da mononucleose é o grande aumento dos linfócitos no sangue e a aparência anormal de muitos deles, “linfócitos atípicos”.

Segundo o especialista, os sintomas da mononucleose infecciosa são parecidos com os da gripe, embora não apareçam os componentes respiratórios. Entre seus sintomas mais chamativos estão: febre alta; sono em excesso; Falta de apetite e de sede; Aumento de volume de gânglios do pescoço e das axilas; dor de garganta; dor ao engolir; comprometimento do fígado, baço e medula óssea.

Pode haver formação de placas brancas e exsudato na garganta e na faringe, lembrando a candidíase ou a difteria. Em alguns casos, a febre alta pode persistir por muito tempo, o que causa muita apreensão aos pacientes e a seus familiares. Nos meses que se seguem à doença pode haver leves tonturas, seguidas de uma alimentação ou uma hidratação deficientes.

Laura Saravia de 28 anos, mãe de Gabriel Saravia Escoto

A reportagem do Jornal A Plateia entrevistou Laura Saravia, de 28 anos, mãe que teve seu filho, Gabriel Saravia Escoto, infectado pelo vírus. Ela falou que como é mãe de primeira viagem, qualquer sintoma que o filho venha ter, já leva imediatamente ao médico, e foi dessa forma que Gabriel deu entrada no hospital. Laura frisou que o filho começou com febre, então que levou no pronto atendimento. O primeiro diagnóstico seria de um resfriado, no entanto a medicação que foi prescrita não era suficiente para que a febre cedesse. “Novamente levamos em um especialista e foi então que o hospitalizaram”, ressaltou. O médico pediu diversos exames – hemograma, urocultura, radiografia, exames clínicos. No hemograma apareceu que ele estava com uma alteração nos glóbulos brancos, indicando uma infecção. Porém, quando o médico pediu novamente os exames para ver onde estava a bactéria, os mesmos saíram normais. “Nesse meio tempo já tinham me passado a informação de que havia mais três crianças com febre alta”, salientou a mãe. Quando o médico pediu um monoteste, este apresentou a informação de que o Gabriel havia sido infectado pelo vírus Epstein-Barr. “Eu já tinha ouvido falar a respeito da, popularmente conhecida, Doença do Beijo, porém eu sabia que não é comum em crianças”, frisou. Quando Laura perguntou ao médico o que poderia ter causado a doença no filho, a resposta foi o contato com a saliva, e que até um beijo na mão da criança já bastaria para que o vírus fosse transmitido, finalizou.

“Não conhecia essa doença, para mim é novidade, mas é ótima a divulgação, assim ficamos sabendo o que ela causa, pois às vezes achamos que é gripe e pode ser algo mais grave”.
Fabiane Horn, 26 anos

 

 

 

“Eu já ouvi falar dessa doença, pois um sobrinho meu pegou no carnaval do ano passado, ele tinha 17 anos na época. Meu cunhado falou que o filho dele começou a sentir umas afitas na boca, e depois vieram os outros sintomas que se igualam aos da gripe, ele levou no médico e constatou a Doença do Beijo”.
Vanosca Chaves Lambert, 42 anos

 

 

“Já tive os sintomas da mononucleose infecciosa, mas achei que fosse gripe, na verdade agora não sei o que era, mas é bom a mídia informar a gente dessas doenças, assim tomamos mais cuidados”.
Jeferson Bisso Rodrigues, 17 anos

 

 

 

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