Não dê as costas para a AIDS

Trabalho do SAE em conjunto com a Secretaria de Saúde e Prefeitura Municipal no combate à AIDS na Fronteira.

Enfermeiro Luiz Henrique Brum e as técnicas de enfermagem Ana Celina Alves e Sandra Dorneles

A AIDS é uma doença infectocontagiosa causada pelo vírus HIV, que leva à perda progressiva da imunidade. A doença caracteriza-se por um conjunto de sintomas que comprometem o sistema imunológico. Na maioria dos casos, os indícios podem ser leves e parecer apenas um mal-estar passageiro. Os mais comuns são febre constante, muitas vezes noturna. Manchas na pele, calafrios, ínguas, dores de cabeça, de garganta e também musculares, que surgem de duas a quatro semanas após a pessoa contrair o vírus. Em fases mais avançadas, é comum o aparecimento de doenças como tuberculose, pneumonia, meningite, toxoplasmose, candidíase, etc. Em Livramento, está sendo realizado um trabalho do SAE (Serviço de Atendimento Especializado), em conjunto com a Secretaria de Saúde e a Prefeitura Municipal, onde atualmente há 148 pacientes recebendo acompanhamento, sendo que 115 já possuem a AIDS que é causada pelo vírus HIV. Os pacientes ingerem medicamentos, os antigos coquetéis, que atualmente chamam-se antirretrovirais. Somente 33 estão em acompanhamento do vírus HIV.

Os pacientes comparecem ao SAE para avaliação médica. A enfermagem faz a triagem quanto a peso, altura, pressão. Eles possuem todo um acompanhamento psicológico. Os medicamentos são enviados pelo Ministério da Saúde e distribuídosgratuitamente com o auxílio de uma farmacêutica. A nutricionista cuida das dicas para uma alimentação saudável, que é muito importante para uma boa recuperação.Na oportunidade, o enfermeiro do SAE, Luiz Henrique Brum reconhece o papel importante da equipe nesse processo. “A nossa equipe é multidisciplinar. São várias categorias para dar o suporte necessário tanto emocional como nutricional.O aspecto físico é importante para o paciente voltar a ter esse contato com a sociedade. Aliás, importante dizer que todos os que fazem uso contínuo dos medicamentos possuem uma boa qualidade de vida”. É importante informar à comunidade para a disponibilização dos testes rápidos e gratuitos, já que nesse ano de 2014, foram descobertos 13 novos casos. “Não possuímos um grande número de portadores em relação a outras cidades do Estado, como Alvorada e Uruguaiana, mas estão aparecendo novos casos que nos coloca em um percentual de alerta”, frisa Luiz Henrique.

Saiba mais:

Formas de contágio: 

Sexo sem camisinha (oral, anal ou vaginal), compartilhamento de seringas, da mãe infectada para o seu filho, durante a gravidez, o parto e amamentação. Transfusão de sangue contaminado, instrumentos que furam ou cortam não esterilizados.

Não há riscos: 

No beijo no rosto ou na boca, aperto de mão ou abraço, sabonete, toalha, lençóis, talheres, copos, assento de ônibus, piscina, banheiro, picada de inseto, doação de sangue e pelo ar.

Por trás de dados e estatísticas há vidas que sentem na pele o dia a dia da doença

A AIDS pelo olhar de mãe

Dona Lanir

“Foi um choque. Esperava tudo, menos isso”, conta Dona Lanir, mãe que acompanha de perto o dia a dia do filho que é portador de AIDS. Ela conta que recebeu com grande surpresa a notícia há pouco mais de três meses após o falecimento de seu esposo, que lutou por quinze anos contra o câncer.
O filho estava há um tempo diferente, com resfriados que não passavam e constantes febres. Isso despertou o olhar atento de mãe que logo procurou levá-lo a uma médica de confiança da família, para fazer exames. Logo depois da descoberta, ele sofreu uma grave crise, pois já estava com toxoplasmose devido à falta de informação sobre ser portador do HIV. Ficou internado, sofreu dificuldades motoras e sequelas neurológicas, mas contou desde sempre com o apoio total de Dona Lanir que, muitas vezes, tinha que dar banho e trocar o filho já adulto, de 40 anos.
A mudança de rotina foi brusca. Ele que era cobrador de ônibus, mas foi aposentado. Apesar de tudo que passou, hoje está bem, saudável com a doença controlada, conta ela. Atualmente necessita apenas três remédios diários e vive em paz na casa ao lado da mãe, que presta todo o auxilio que ele precisa.
Dona Lanir afirma com alegria que “os amigos continuaram amigos. Todos sabem o que ele tem. A minha família, os sobrinhos todos têm loucura por ele, cuidam muito bem.” Conclui dizendo que mesmo com tudo que passou e passa no dia a dia, Deus tem dado muita serenidade e força para ela lidar com essa realidade que foi tão impactante.

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