De cada 180 pacientes atendidos pelo SAE, 40% são portadores da Sífilis

Apesar dos testes e do tratamento serem oferecidos gratuitamente pelo SUS, os dados mostram que a incidência da doença em gestantes é três vezes maior do que a AIDS

Também conhecida como lues, a sífilis é uma das mais perigosas doenças sexualmente transmissíveis. A contaminação da mãe para o feto, denominada sífilis congênita, pode ocorrer em qualquer momento da gestação.

A sífilis é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum e pode ser transmitida por meio de relações sexuais sem preservativos, transfusão de sangue contaminado e de mãe para filho (durante a gestação e o parto). O agente causador da sífilis foi descoberto há 101 anos, pelos pesquisadores alemães Fritz Richard Schaudinn e Paul Erich Hoffmann. Contudo, a sífilis congênita ainda representa um grande desafio à saúde pública no Brasil, em virtude da sua elevada prevalência e de graves sequelas perinatais.

O Ministério da saúde aponta que a sífilis congênita é a principal doença sexualmente transmissível depois da AIDS e, conforme seus dados, cerca de 940 mil pessoas são infectadas pela sífilis todos os anos no nosso País. No Rio Grande do Sul, foram notificados 640 casos da doença em 2011, sendo que em Sant’Ana do Livramento, em virtude da não realização do exame pré-natal, 23 gestantes foram diagnosticadas tardiamente, quando já se encontravam na maternidade da Santa Casa de Misericórdia.

Ontem, foi o Dia Nacional de Combate à Sífilis Congênita, e a equipe da Coordenação Municipal de DST/HIV/AIDS programou intervenções comportamentais com as gestantes, em pontos estratégicos da cidade, mas devido à falta de testes, o evento foi transferido. As equipes tinham programados, além de orientações sobre a temática, exames para sífilis, cartilhas e insumos de prevenção.

Apesar dos testes e do tratamento serem oferecidos gratuitamente pelo SUS, os dados mostram que a incidência de sífilis em gestantes é três vezes maior do que a AIDS. O exame para sífilis é um direito da mulher durante o pré-natal e no parto, assegurado pelas portarias ministeriais 569/00 e 766/04, porém a maioria das mulheres desconhece esse direito.

O tratamento da sífilis é simples e acessível, e, ao fazer o tratamento de modo adequado, ou seja, conforme as orientações médicas, evitam-se graves problemas de saúde na criança, aborto, parto prematuro ou natimortalidade. Mesmo nascendo aparentemente saudável, a criança tende a desenvolver problemas de saúde nos primeiros anos de vida. Os agravos causados pela sífilis incluem o baixo peso, o aumento de fígado e do baço, lesões de pele, alterações respiratórias, surdez, deformações ósseas, dificuldade de aprendizado e problemas neurológicos, tais como retardo mental.

Tão importante quanto tratar a gestante, é tratar seu parceiro, para que a mulher não volte a ser contaminada. De acordo com estudos sobre DST/AIDS, menos de 20% das gestantes têm o parceiro tratado dos sintomas da sífilis.

O SAE mantém atendimento gratuito à população em geral, no horário para exames, todas as segundas-feiras, pela manhã, das 8h30 às 10h; nas quartas-feiras à tarde, no horário das 13h às 15h.

 

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