Visita do Papa

A agenda do papa Francisco na visita que fará ao Rio de Janeiro,no final de julho,para dar maior visibilidade a Jornada Mundial da Juventude,ainda não está definida.Já se sabe,porém,que constará da agenda a benção papal ao estádio do Maracanã,cujas obras estão sendo entregues neste final de semana.E que ele possivelmente vistará um hospital, tres favelas e o santuário de Aparecida do Norte. Lástima que a visita do papa não se estanda ao Rio Grande do Sul. Eu já estaria organizando um grande abaixo-assinado, de católicos ou não,para que o papa visitasse o Hospítal Conceição,da capital,administrado pelo governo federal.Possivelmente Francisco experimentaria a maior sensação de desconforto em sua vida, e faria uma pergunta obrigatória:”Vocês, brasileiros, não se envergonham da situação de desleixo e abandono a que chegou esse hospital, transformando os doentes em sacos jogados nos corredores? “
A visita deveria ocorrer após o papa conhecer o Maracanã,cuja reforma consumiu mais de 900 milhões de reais, com o estouro habitual da despesa inicialmente prevista.No Brasil,assistimos a um criminoso processo de abandono dos doentes pobres à própria sorte.Há casos em que os doentes esperam mais de 15 horas em corredores infectos para serem a6tendidos. E, outros,em que os doentes morrem antes que um enfermeiro ou médico se lembre deles.Tivesse eu a oportunidade de conversar com o papa pediria a ele que rezasse diariamente por nós. Vamos de mal a pior.
A situação do Conceição,onde funcionários até entram em licença para não assistirem ao sofrimento das pessoas,se repete em todos os estados.E as cenas mostradas nas tevês, reforçadas pelo horror dos depoimentos,são terríveis.E deveriam provocar imediatamente o movimento dos indignados com a situação da maioria dos hospitais brasileiros. Ou será que já não se entende a vida com o um bem precioso,que as pessoas doentes, principalmente crianças e idosos,merecem a solidariedade de quem governa com o voto dos brasileiros? Há poucos dias assisti a uma reportagem sobre a situação de um hospital do Rio Grande do Norte,em que os doentes dividiam o espaço nos corredores com as baratas.Nem as cenas mais alucinantes do inferno imaginadas por ficcionistas em todos os tempos superam o que se vê no Brasil.Em nosso país quem é pobre e adoece tem que recorrer aos chás de ervas, as rezas das nossas avós ou a simples entrega da alma a Deus para que Ele decida.Quem não tiver dinheiro para contratar um plano de saúde,visando ao tratamento das clinicas particulares,tem somente a perspectiva de uma atenção reservada aos párias.E aí somente me resta perguntar:será que Deus é mesmo brasileiro ou simplesmente esqueceu dos seus filhos?

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