Ouro negro gaúcho

Nesta semana, enquanto a Ministra do STF, Carmem Lucia, suspendia liminarmente os efeitos da Lei 12.734/12, diploma legal este que contem dispositivos que preveem novas regras de distribuição dos royalties do petróleo entre os estados da federação ( produtores e não produtores ), nós, gaúchos, depois de alguns anos de luta e muito trabalho recebemos uma notícia que certamente levará a metade sul do nosso Estado a um outro patamar de desenvolvimento sustentável.

A confirmação dada pelo Ministro das Minas Energia, Edson Lobão, ao Governador Tarso Genro, de que o carvão mineral fará parte dos novos leilões A-5, já no segundo semestre de 2013, certamente, constitui essa data, 19/03, em um marco temporal na história contemporânea do desenvolvimento gaúcho, os projetos já aprovados e licenciados, ou seja, aptos a participarem dos novos leilões ultrapassam os R$ 10 bilhões, essa cifra é superlativa em qualquer quadrante do planeta terra, mas quem é da fronteira, da campanha e da metade sul, sabe dimensionar e avaliar os efeitos positivos que, a médio prazo, a execução e implantação desses projetos representarão na vida de centenas de milhares de pessoas. Atrevo-me a dizer que se pode, sim, traçar um paralelo, guardando as proporções de cada setor, que teremos em nosso pampa algo semelhante ao que representa o pólo naval de Rio Grande.

Em um país que por conta de uma acertada política macroeconômica, expressada no chamado circulo virtuoso da economia, onde conjugado o baixíssimo nível de desemprego, pouco mais de 5%, a ascensão para a classe média de mais de 30 milhões de brasileiros e brasileiras, onde a recuperação do poder de compra do salário mínimo aliado ainda ao combate a fome, a distribuição de renda e a oferta abundante de crédito, inexoravelmente, essas variáveis demandam em progressão geométrica a oferta de mais energia, portanto, a partir dos novos leilões, o Rio Grande do Sul, detentor de 90% das reservas de carvão mineral do país, assumirá um invejável protagonismo na geração de energia firme.

Especialmente Alemanha e Estados Unidos, com o desenvolvimento de novas tecnologias, estão a demonstrar que os estigmas históricos, em relação a emissão do CO2 pelo carvão, especificamente em relação as questões ambientais estão sendo superados e, o Rio Grande e o Brasil, estão dando mostras disso! Temos uma das matrizes energéticas mais diversificadas e limpas do mundo, enquanto países do chamado “primeiro mundo” como a Alemanha, tem mais de 40% de sua matriz energética, no Brasil significa pouco mais de 5% na matriz energética e com apenas 1,3% da matriz elétrica!

O governador Tarso Genro, dia 19/03, ao anunciar em Brasília, a inclusão do carvão mineral nos leilões A-5, anunciou e sinalizou aos empreendedores e trabalhadores do Rio Grande, do Brasil e do Mundo, o nascedouro de um novo eldorado em pleno pampa gaúcho! Vida longa ao ouro negro gaúcho e, que venham os novos leilões!

Carlos Eduardo Grisolia da Rosa – Advogado, economista e membro titular do conselho de administração da CRM- Companhia Riograndense de Mineração

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