Falta de água e de transporte são dilemas para os pais e alunos na região da APA do Ibirapuitã

Presidente do CPM, Maribel Guerra e diretora Dione Solange Toledo Vieira registram dificuldades para a comunidade

Caixa d’água da escola fica dentro de um cômodo de madeira e é abastecida pelo DAE, a cada 15 dias

A comunidade da Escola Municipal de Educação Infantil está no aguardo da ativação de um poço para resolver um problema grave: falta de água. A cena de circular pelo educandário com baldes para limpar os banheiros, lavar a louça e armazenar para beber é uma rotina. A presidente do Círculo de Pais e Mestres (CPM), Maribel Guerra, comentou esta e uma segunda situação, que também está complicando a vida de aprendizado.

Rotina: funcionários precisam ir até o local onde está a caixa d’água para buscar baldes do líquido para uso no banheiro e na cozinha

A diretora Dione confirma que, no ano passado, foi construído um poço artesiano, com recursos do projeto Urb Al III, tendo sido, inclusive, instalada a máquina de bombeamento. “Ainda falta a ligação de canos para abastecer a escola e já faz dois meses. Fui na secretaria, ontem, e recebi uma informação de que já está sendo licitado o material necessário” – afirmou a diretora, que acaba tendo que usar seu próprio veículo para trazer galões de água potável, produtos de feira e até mesmo carne, pois há carência também no abastecimento, segundo revelado à reportagem.

Periodicamente, conforme a diretora, o DAE abastece uma caixa dágua, porém há alguns inconvenientes nesse sistema, que deveria ser provisório até que fosse feita a ligação entre o poço e a rede da escola, com a colocação do encanamento. “É preciso cuidar constantemente, para ver se alguma criança não vai até o local da caixa. Ainda é preciso manter a caixa tampada, a fim de evitar qualquer tipo de contaminação. Está difícil a situação e permanecemos no aguardo da solução” – ressaltou a diretora Dione.

Outra necessidade na área da escola é cortar o pasto, que está alto. “Temos medo, se aparece alguma cruzeira por aqui, pois as crianças usavam muito esse espaço para brincar” – diz.

A diretora Dione Toledo: várias necessidades no educandário

Além de, eventualmente, trazer água, dado o abastecimento a cada 15 dias, a diretora tem que trazer a feira para que as refeições sejam preparadas. “Não foi permitido que se usasse o veículo da prefeitura para trazer a feira, e eu trago no meu carro” – diz a diretora. Aluna da 8a série da escola, presidente do CPM e mãe de um filho pequeno, que também é estudante no educandário, Maribel Guerra afirma que, assim como a escola está com problemas por falta de encanamento para ser abastecida pela água do novo poço, transporte também tem sido um problema constante para ela e a família. “Nós estamos sem água há um ano, na escola. Condenaram o poço que havia e fizeram um novo, mas até agora não colocaram o encanamento. A nossa água, para tudo, vem da cidade. Por exemplo, os banheiros, às 10h, não tem mais como entrar. Tem que pegar água de balde para fazer limpeza e isso se repete todos os dias” – afirmou Maribel Guerra. “As cozinheiras também não aguentam mais, pois não tem água nas torneiras para lavar a louça, fazer limpeza e cozinhar. Também há problema com o transporte de ônibus no Cerro Chato. Não sei se é falta de ônibus ou de motorista, e o Cerrito é que está fazendo a linha. Fica difícil para o motorista, que trabalha das 6h30 às 16h. Para mim fica mais difícil ainda, pois tenho criança pequena e temos que acordar às 4h” – afirma Maribel, que divide essa rotina com seu esposo Tiago: acordar também o filho Diogo, que dorme muito pouco. “São umas 12 crianças no ônibus. Não sei se é pelo número, mas não há disponibilidade de veículo” – salientou.

Maribel Guerra: rotina de acordar às 4h para poder estudar

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Alcebíades Gomes do Amaral tem 110 alunos, 13 professores e mais uma equipe de funcionários, totalizando cerca de 125 pessoas. O programa Conversa de Fim de Tarde da RCC FM debateu a questão ontem, inclusive, com os participantes pedindo publicamente uma solução para o problema da falta de água.

O diretor do DAE, Horacio D’ Ávila, por telefone, disse que fazer o trabalho de ligação não é atribuição da autarquia. “Nós abastecemos com água quando solicitado e sei que há problema com um poço que foi perfurado no fim da gestão passada. Sei que faltam alguns equipamentos para colocar em funcionamento. A Secretaria de Educação está providenciando. Não é conosco” – disse o diretor do DAE. Ele afirmou que, em fevereiro, a autarquia foi até a escola só fazer o levantamento do material necessário para a instalação. “Esses equipamentos estavam faltando e nosso pessoal foi fazer esse levantamento. De lá para cá, estamos aguardando, se bem que o DAE não tem pessoal qualificado para fazer esse tipo de procedimento. Os poços perfurados em Livramento foram feitos por uma empresa, que foi contratada para isso. Então, estamos para contribuir com nossas secretarias e, se for solicitado, nesse sentido, estaremos contratando uma empresa ou pessoal especializado para realizar essa tarefa” – disse.

Um funcionário da Secretaria de Educação ligou para a emissora e, sem identificar-se, disse que estaria solucionando o problema da ligação de água, hoje.

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