Perspectiva é de que área receba nova Infraestrutura para efetivar realocação

Alguns detalhes estão sendo encaminhados, a fim de concluir o projeto técnico básico para o virtual novo local de instalação dos camelôs

Vice-prefeito Edu Olivera conversa com grupo dos camelôs

Após a realização da medição na manhã de sexta, o projeto de concepção global da área receberá os conceitos técnicos por parte da área de engenharia, arquitetura e urbanismo da prefeitura municipal. O procedimento terá sua conclusão na véspera da audiência com a juíza Carmen Lúcia Santos da Fontoura, definida para terça-feira, 19, quando o município fará a apresentação de sua proposta, com o projeto técnico, para a realocação dos camelôs e a juíza vai deliberar a respeito, apontando a definição final.

Engenheiro Fernando Almeida, vice-prefeito Edu Olivera, arquiteta Andréa Ilha e João, verificando o mapa existente

O vice-prefeito Edu Olivera afirma que a ideia é realizar um investimento, no espaço de tempo a ser convencionado, a fim de que a área delimitada seja dotada de infraestrutura (piso, instalações sanitárias, banheiros, energia, cobertura, entre outros elementos), para que possam ali se instalar os camelôs. “Temos, o prefeito Glauber e eu, conversado com a juíza Carmen Lúcia, que tem sido extremamente atenciosa e compreensiva, a respeito do que o município tem condições de fazer para prover uma solução para essa questão, que já se arrasta há mais de 30 anos” – disse Edu Olivera.

Do lado dos camelôs, é perceptível uma relativa resistência em deixar a Avenida João Pessoa, atribuível ao temor de perder clientela e ao desejo de uma estrutura vistosa e em condições do exercício da atividade. Há, inclusive, registros de muitos que afirmaram preferir que o investimento fosse feito na João Pessoa, o que foi descartado.

Edu Olivera não descartou, entretanto, a realização de um debate mais amplo em relação às questões pertinentes a tempo de obra, instalações até a realocação, com a participação de todos quantos desejem. Disse, inclusive, que poderia conversar com o Prefeito e a juíza, entre outros integrantes do grupo de trabalho que se formou em 2012 para tratar especificamente dessa questão, para ver a possibilidade de um encontro do gênero.

A palavra dos camelôs 

Chico Gusmão, camelô há mais de 3 décadas, deixa clara a necessidade de estrutura

Chico Gusmão, há 35 anos trabalhando na região da linha divisória como camelô, deixa claro que a maioria dos cerca de 80 vendedores instalados na João Pessoa somente deixará aquele local caso a infraestrutura que a Prefeitura construir seja condizente com aquilo que eles esperam. “Tem que ter uma estrutura básica, com água, luz, esgoto, cobertura, para que possa ser atrativa para as pessoas irem até o local. Do contrário, não vamos sair. Mais de 70% dos que trabalham ali na linha estão relutantes e uma boa parte não quer, preferiam que fosse feito um investimento ali, na João Pessoa” – afirma. “Não podem simplesmente mandar que a agente saia dali, da rua, e querer que a gente fique dentro do terreno esse, ainda mais porque querem que nós paguemos nossas barracas, a construção delas, com o microcrédito” – afirma Chico.

“Me criei ali na linha. Trabalhei com meu pai e meu tio, e o que a gente quer é a garantia de que se possa continuar trabalhando nesse tempo que vai levar para construir o novo espaço, porque todos temos famílias para sustentar e nosso dinheiro sai dali, somente dali, do que se vende no dia” – afirma Douglas, também camelô, instalado na João Pessoa.

 

Carlos Roberto tem 5 filhos e mais de 35 anos na linha, trabalhando

Carlos Roberto, popularmente conhecido como Boi, é um dos que afirma que seria mais barato para o município investir na João Pessoa, embora entenda que a municipalidade já deliberou, tomando a decisão pela área do estacionamento. “Eu tenho cinco filhos, todos criados trabalhando ali, na chuva, no sol, todos os dias. Tem gente que só apareceu, com dinheiro, para colocar banca agora, de uns tempos para cá. Eu tenho mais de 35 anos ali e a maioria já deixou claro que só sai da João Pessoa se for para um lugar que tenha melhores condições” – afirma Carlos Roberto.

 

 

 

 

 

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