Fiscalização após saída dos camelôs será rigorosa, segundo Paulo Lago

Temor de que outros se instalem na praça dos Cachorros não se concretizará, conforme secretário da Fazenda

Caso desapropriação não contemple total da área, nova desapropriação será conduzida para aproveitar saída para Rivadávia

O secretário da Fazenda, Paulo Lago, confirmou que vai precisar de alguns dias para reunir os recursos necessários para o depósito do valor em torno de R$ 160 mil, pertinente à primeira parcela da desapropriação da área. Disse que a situação financeira da Prefeitura é complicada, mas há condições de fazer um esforço. “A verba para desapropriação já estava orçada, agora é correr atrás dos recursos. Mas, na audiência, vamos mostrar nossas condições e solicitar prazo para fazer esse depósito inicial” – disse. “Uma certeza que todos os 83 camelôs podem ter é de que no momento em que a gente termine a estrutura e faça a transferência deles para o novo local, serei intransigente e firme em não deixar mais ninguém trabalhar comercialmente naquele local. Vou ter fiscalização 24 horas ali nas imediações da praça. Vou pedir para a juíza, nesse acordo, que proporcione a Brigada Militar e polícia. Se a pessoa andar ali, terá a mercadoria aprendida e será presa, pois estará em desobediência civil” – disse Paulo. “Eles já tiveram minha palavra, pois a fiscalização é de minha responsabilidade e, assim, no momento em que deixarem o local junto à praça, ninguém vai para lá comercializar nada” – refere. 

Últimos ajustes 

Avenida João Pessoa voltará a ser somente uma via de mão única, com saída das barracas

O vice-prefeito Edu Olivera considerou que a demanda dos camelôs, mesmo legítima, foi tardia. Disse considerar que, após a reunião, os trabalhadores saíram convencidos. “Temos que apresentar uma alternativa e a decisão já foi tomada. O processo tem um ano e meio e estamos no governo há pouco mais de 40 dias. Acreditamos que removê-los para o estacionamento do cine Internacional é a melhor alternativa para que eles possam comercializar ali, e possamos transformar em um espaço para todos” – disse. Olivera afirma crer em um novo estágio para os trabalhadores, que terão energia, estrutura, cobertura e poderão comercializar com cartão de crédito se desejarem, atuando no comércio popular. “Toda mudança gera um temor, mas com a estrutura e o suporte, tenho certeza que vão concorrer muito bem com os camelôs de Rivera. É um investimento pesado, mas é para Sant’Ana do Livramento. Já nos convencemos que é a melhor saída” – disse.

“Nossos engenheiros estão em fase de conclusão da proposta a ser apresentada nesta terça-feira” – disse Edu Olivera. Questionado sobre a dúvida em relação ao tamanho da área, ele deixou claro que se houver necessidade de desapropriação será feito outro processo. “Precisaremos de toda a área do estacionamento para constituir um centro comercial popular à altura do que precisamos para a comunidade” – disse o vice-prefeito. 

Novo projeto 

O vice-prefeito confirmou que o próximo passo, após a conclusão da construção do centro comercial popular para os camelôs, será a revitalização da praça Flores da Cunha. Havia um projeto inicial para captar recursos nesse sentido, mas em função de prazo, foi suspenso.

“O projeto que havia, de R$ 450 mil, que contemplava a praça dos Cachorros e a praça Argentina, mais acima, e a fachada dos prédios antigos da João Pessoa, se perdeu, em função de prazo. Vamos retomar, talvez até utilizando algum esboço do que já havia, mas teremos que fazer toda a reestruturação do projeto” – disse ele. 

Construção e microcrédito 

Acesso será feito pela Andradas, que terá um pórtico chamativo para o centro de comércio popular

O titular da pasta de Administração, Fabrício Peres da Silva, disse estar com expectativa positiva. “Eles conseguiram entender a necessidade do deslocamento e o poder público fica com o compromisso de dar a infraestrutura necessária para um local bonito, com banheiros, iluminação. Toda a sociedade santanense ganha com essa definição, pois é um problema que se arrasta há muitos anos e agora está tendo uma solução. Estamos, enquanto poder público, dando, de fato, a destinação para um local, a 20 metros de onde eles estavam” – ressalta, considerando que isso vai melhorar ou, no mínimo, manter as vendas.

Em relação ao acordo, o secretário confirma que caberá ao poder público dar toda a estrutura do local e cada banca será construída, a partir de um padrão, via microcrédito contraído junto à Caixa Federal. “Vamos discutir, ainda, o tamanho das bancas, que sejam de alvenaria, preferencialmente. A partir do microcrédito, com juros subsidiados, cada um vai arcar com a construção de sua banca” – disse ele.

 

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