Designer santanense é sucesso em Nova Iorque

Depois de viajar por vários países, Carlos Soares utiliza o estilo “vintage” para produzir malas, bolsas, baús e inúmeros outros produtos 

O designer santanense Carlos Soares

O designer Carlos Soares é o artista de destaque por trás da Vintage World, uma empresa que tornou-se conhecida por todo o Brasil por sua gama de produtos retrô, desde réplicas de automóveis, motos e bicicletas, até posters e malas. Carlos – que cria os produtos para a Vintage World – levou seus talentos para os Estados Unidos. Alguns meses após ter estabelecido suas operações naquele país, o designer lançou, durante o New York International Gift Fair, sua nova coleção de baús, malas e bolsas, em parceria com a empresa Worldwide Imp/Exp Inc – distribuidora exclusiva dos produtos do designer, com sede em New Jersey.

Esta é apenas uma das conquistas de Carlos, que passou as duas últimas décadas envolvido com a indústria de design internacional. Sua carreira peculiar iniciou quando ele estudava hinduísmo e língua sanscrita na Índia, onde ele criou sua primeira empresa, Magic Company. Sendo uma importadora e exportadora de incensos e essências, a Magic Company tinha uma gama enorme de produtos, cujas embalagens cativavam os clientes de maneira a competir fortemente em uma indústria já competitiva. Criou toda a linha de embalagens, bem como um newsletter mensal, que mantinham seus clientes atualizados nas novidades.

Seus designs chamavam a atenção dos clientes e a empresa Magic Company decolou tanto na Ásia, quanto na América do Sul. Carlos decidiu então voltar ao Brasil e estudar design de produtos e artes gráficas para apurar seus talentos artísticos. Após graduar-se na Escola Panamericana de Arte em São Paulo, ele começou a criar malas, bolsas, baús, bolsas, chapéus e outros itens, que rapidamente começaram a ser exportados. Estes itens apresentavam vertente nostálgica retrô, influenciada pela arte e cultura da década de 20, o que provou ser imensamente aceitável, inspirando Carlos a fundar sua segunda empresa, Vintage World, apresentando seus produtos de destaque para todo o mundo.

Carlos Soares na China com parceiros durante exposição em feira internacional e suas criações ao fundo

A expansão do artista só aumentou, pois a clientela estava ávida por produtos diferenciados como os de Carlos. Nesse contexto, a loja de Carlos atraiu a atenção da legendária fabricante de automóveis General Motors, que contratou os serviços do designer para a criação de uma linha especial e única de malas para a marca Corvette.

Carlos teve seu trabalho reconhecido de inúmeras maneiras, com exibição de seus trabalhos na sede da Academia Brasileira de Arte, Cultura e História, da qual ele é membro. O artista também participou de exibições de arte no Forte de Copacabana no Rio de Janeiro, No Museu Metropolitano em Buenos Aires, entre outros eventos.

Agora em Nova Iorque, Carlos abriu sua empresa filial, a Vintage World Design, onde dá continuidade aos seus trabalhos.

Confira a entrevista, a seguir:

A Plateia: Quais as lembranças, mesmo que contadas pelos seus pais, que você tem de Sant’Ana do Livramento quando criança?
Carlos: Nasci em 11 de junho de 1958. Lembro-me que meus pais moravam na Avenida que divide os dois países (Av. Tamandaré) e que eles gostavam muito de andar a cavalo e charrete. Eu gostava muito de passear de charrete! Eles falavam muitas palavras em espanhol misturadas com o português, por causa do convívio com a Fronteira. Meu pai foi morar nesta cidade a serviço do Exército, e depois foi transferido para Porto Alegre. Por este motivo, eu me mudei de Sant’Ana do Livramento.

A Plateia: Como você vê a cidade atualmente? Já retornou a Livramento?
Carlos: Passei por Sant’Ana do Livramento e fiquei surpreso, pois é uma cidade dinâmica comparando com 50 anos atrás. Dá para notar um crescimento fantástico!

A Plateia: Você ainda tem familiares ou amigos na cidade?
Carlos: Tenho primos de primeiro e segundo grau.

A Plateia: Como você avalia sua trajetória de vida até então?
Carlos: Eu era um garoto de uma cidade do interior que sonhava em conhecer o mundo e viver as aventuras que eu lia nos livros. Isso me projetou para a vida que acabei construindo! Provavelmente, o fato de ter nascido na Fronteira me deu a visão de que o mundo estaria ao meu alcance se eu quisesse explorá-lo.

A Plateia: Você pensa em um dia vir expor seus produtos em Sant’Ana do Livramento ou no Rio Grande do Sul?
Carlos: Gostaria muito de ser convidado a expor meus trabalhos em Sant’Ana do Livramento, para que todos na cidade pudessem acompanhar minha trajetória profissional e conhecer meus trabalhos.

A Plateia: Tendo vivido muitos anos na Índia, até que ponto o Oriente é referência sobre seu trabalho? É uma fonte de inspiração?
A fase Oriente para mim começou quando fui morar na Índia, em 1984, e teve grande influência no meu trabalho até o fim dos anos 90, quando então comecei a prestar serviços para empresas americanas, com foco na temática retrô do cinema, anos 40, 50 e 60, quando fiz trabalhos para a General Motors, Museu do Titanic e Hotel Cassino MGM de Las Vegas.

A Plateia: Qual a importância da filantropia na sua vida? Em seus trabalhos no Oriente, quais foram os principais ensinamentos que você aprendeu com essas experiências?
Carlos: A filantropia em minha vida tem um papel muito importante. Quando eu estive na Índia, fiz parte de um grupo dedicado a estabelecer centros de Yoga, clínicas de tratamento Ayurveda (Medicina Natural da antiga Índia) e fazendas para produções de alimento, no intuito de abastecer povoados e vilarejos carentes, estabelecendo também escolas e hospitais (em Bangalore, Sul da Índia).
O principal ensinamento foi que devemos nos livrar de todos os apegos, livrar-nos do egoísmo e pensarmos na humanidade como um todo, e não só apenas com as pessoas que estão próximas de nós e que gostamos mais… Entender que todas as pessoas têm suas qualidades e limitações.

A Plateia: E agora em New York, quais seus anseios?
Carlos: Desde que me estabeleci em New York, fui contratado pela Vintage World Design e convidado para participar de eventos e exposições internacionais, no principal centro de eventos da cidade: Jacob Javits Convention Center, e os produtos que eu tenho criado para os clientes têm feito grande sucesso, o que me deixa muito feliz. Tenho recebido muitos outros convites para participar de outros eventos, como a Gift Show de NY, que começa agora dia 26 de janeiro, e o International Art Show, em março, também deste ano. Empresas do mundo inteiro visitam ambos os eventos, que são referência mundial sobre o que vai ser importante na moda e na decoração daqui a 6 meses, ditando a tendência mundial. Meu papel como criador de novas tendências é muito gratificante, fico muito satisfeito quando viajo e vejo em vitrinas de loja do mundo todo meus produtos, como Roma, Londres, Paris, etc. Tenho prestado serviço como designer para empresas exportadoras da China, que vendem principalmente para Europa e Estados Unidos, desde 2006. Portanto, participar destes eventos, que são uma janela para o mundo, me inspira a criar mais e mais…

A Plateia: Como você se sente hoje, sendo um renomado empresário e artista? Quais são seus planos para o futuro?
Carlos: Sinto-me realizado e feliz. Meu plano é continuar expandindo a distribuição dos produtos da Vintage World Design/NY, criados por mim, de forma que estejam disponíveis cada vez mais para um maior numero de pessoas.

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