Palavras de Deus

A Igreja Católica Apostólica Romana, anualmente no Brasil, dedica o mês de setembro à contemplação da Sagrada Escritura ou Sagradas Escrituras, compendiadas no grande volume de setenta e três livros de inspiração divina, denominado BÍBLIA SAGRADA por ter a forma de um livro, cujo termo nos vem do grego “bíblos”.É impossível , através de um restrito espaço literário, trazermos toda a temática da revelação de Deus aos homens. Aqui, pretendo tão somente dar a grande síntese, que é a vontade de Deus em relação aos seres humanos, criados à sua imagem e semelhança, demonstrando sempre este atributo divino em todas as passagens bíblicas, que o apóstolo Paulo, ainda resume, dizendo: “a vontade de Deus é a nossa santificação”. A partir desta verdade, nada pode ser acrescentado ou subtraído. Faz-se premente e indispensável a integridade da Fé que,por sua vez, implica na acolhida de todos os livros, capítulos e versículos, sem restrição ao que pode parecer ao homem muito natural, no âmbito de uma conjuntura simplesmente humanística, desconsiderando o sobrenatural.

O Papa Bento XV,, na Encíclica HUMANI GENERIS REDEMPTOREM, cita São Jerônimo a Nepociano, para dizer que o pregador da palavra de Deus não aspire aplausos dos ouvintes, mas unicamente a salvação das almas e a aprovação de Deus e da Igreja: ´´Docente te in Ecclesia, non clamor populi, sed gemitus suscitetur. Lacrymae auditorum laudes tuae sint´´. (Aquele que ensina na Igreja, não suscite o aplauso do povo, mas o seu gemido. As lágrimas dos ouvintes sejam teus louvores”). São Paulo, como apóstolo de Cristo, inspirado pelo Espírito Santo, diz aos gálatas: ´´ Se eu agradasse aos homens, não seria servo de Cristo” ( G1 1, 10). Tornou-se o protagonista desta verdade, depois do próprio Senhor que proclama, enfaticamente: “Que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua vida?” ( Mt 16, 26). Portanto , quem pretende preservar-se dos incômodos exigitivos da vida cristã está fora do caminho da salvação eterna. O pregador apostólico não tenha em meta ser agradável aos homens, mas a Deus; se isto acontece, será um servo mau que, de Deus, leva somente o nome, enquanto que sua missão não está sendo cumprida; ao contrário, ele está sendo rejeitado pelo próprio Deus: “melhor fora não tivesse nascido”, como disse Cristo referindo-se ao apóstolo traídor, Judas Iscariotes. Na biografia dos santos mártires da fé cristã, vemos, com absoluta clareza, qual seja a dignidade de venerarmos na alegria espiritual a memória de quem selou com o martírio o testemunho de fidelidade ao Senhor, tendo presente a Escritura que diz: “Se diante dos homens sofreu tormentos, sua esperança está repleta de imortalidade (Cf. Sb 3,4). O martírio pela decapitação do precursor de Jesus Cristo, S. João Batista, como profeta que fez a transição do Antigo para o Novo Testamento, tornou-se o primeiro arauto da verdade cristã, condenando, destemidamente, o pecado público e incestuoso do rei Herodes Agripa com Herodíades, mulher do seu irmão Filipe. A seguir, na série numerosa dos mártires, a atitude do Precursor, lâmpada ardente e luminosa, apresenta-se-nos como o protótipo da intrépida coragem de denunciar tudo o que não é de Cristo, a plena VERDADE (Jo 14,6), muito embora lhe custasse a vida, concretizada no episódio da ´´ cabeça num prato”.

Parece-me evidente que, hoje em dia, os mártires da moral e dos bons costumes estão desaparecendo do cenário da Religião, sob o pretexto de um novo tempo caracterizado pelo progresso cientifico em todas as áreas da sociologia, psicologia, pedagogia, etc. Por que tudo isto? A referida constatação reside na aparente necessidade da receptividade, benevolência, ternura e agrado à pessoa humana, prescindindo da vontade de Deus em relação à eterna salvação. De fato, o que prevalece, em geral, é simplesmente o homem colocado no pedestal da vanglória, ocupando o lugar de Deus, a cuja supremacia está a vontade do eterno Pai, a ser cumprida por todos os homens e mulheres deste mundo, sob pena de eterna condenação.

Neste mês de setembro em que a Diocese de Bagé presta homenagens à Padroeira, Nossa Senhora Conquistadora, procuremos imitá-la na assídua leitura orante da Palavra de Vida, quem, vivendo intensamente a Fé comprometida, sem titubear, deu ao Anjo Gabriel o seu SIM à vontade do Pai que, por meio dela, enviou o Filho Unigênito, para que o mundo fosse salvo por Ele, no mistério da paixão e morte de Cruz.

Pe. Hermes Silva Ignácio

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