Qual mundo vai acabar?

Questionado por Pilatos sobre sua divindade, às portas de sua execução, Jesus respondeu categoricamente: “Meu reino não é deste mundo”.
Durante muito tempo, erroneamente acreditei que Ele se referia ao mundo em que ingressaria após a morte, que estava falando sobre o Reino de Deus, sobre a vida eterna.
Teólogos mais engajados politicamente dizem que, nesse diálogo, o chamado Filho de Deus queria reafirmar seu compromisso com as transformações estruturais na sociedade. Ao dizer que seu reino era de outro mundo, chamava a atenção para as arbitrariedades cometidas pelos que estavam no poder. Havia muita injustiça, muita desigualdade, muita exclusão social.
Aquele que estava para ser crucificado falava, portanto, de algo a ser construído neste planeta, em sua comunidade; não em outra esfera ou em outra vida.
Algumas teorias científicas, outras espiritualistas, concordam em dizer que o mundo como o conhecemos p ode estar com os dias contados.
Segundo a cosmologia maia, por exemplo, “o planeta Terra possui cinco grandes ciclos ou eras, cada um com cerca de 5.125 anos. Para eles, quatro já passaram. Os quatro ciclos anteriores terminaram em destruição. A profecia maia do juízo final refere-se ao último dia do quinto ciclo, ou seja, 21 de dezembro de 2012” – diz Steven Alten (conforme site porque2012.com).
Não são poucas as pessoas que ficam impressionadas com as teses que apontam para o fim da vida do planeta.
Confesso não ficar matutando sobre o dia em que tudo explodirá, mas creio que poderíamos fazer um belo exercício de raciocínio sobre o mundo que gostaríamos que findasse logo ali, no dia 21/12 mesmo.
Seria maravilhoso se fosse o fim do mundo da exploração sexual das crianças e adolescentes; o fim do mundo onde ainda existem milhões de pessoas que passam fome; o fim de um mundo que desrespeita negros, mulheres e indígenas; o fim do mundo no qual a sed e de consumo desenfreado destrói a natureza, maltrata os animais e caminha, inexoravelmente, para um grande final real.
Para que um novo mundo emerja é necessário que aquele que, já há muito tempo, não está dando certo para a maioria dos povos de nosso planeta tenha o seu fim decretado. Isso não acontecerá sem vontade política para tal, sem mudança no modo de se relacionar com as coisas e, principalmente, sem a verdadeira priorização do humano, tanto em nível pessoal quanto institucional. Assim, poderemos, juntos, iniciar a construção desse novo mundo, como novos homens, novas mulheres, com uma nova ordem, numa nova civilização.
Miki Breier*
*Deputado estadual e Presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da AL -RS

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