Falta de energia e água são os prejuízos após temporal

Sem eletricidade, as bombas dos poços não transferem água potável para os canos do sistema hídrico

O tempo se armou de fato para o lado do Uruguai: chuva forte sucedeu o verdadeiro festival de relâmpagos, raios e trovões que assustaram a população na noite de segunda

Até o fim da tarde de ontem, ainda faltava água em algumas residências santanenses. O temporal de segunda-feira causou estragos em determinadas redes de distribuição de energia elétrica. Como consequência indireta, houve prejuízo no abastecimento de água potável, inclusive no centro da cidade. Sem energia, não há bombeamento nos poços. Com as bombas paradas, não há empuxo para abastecer o sistema de canos e distribuir o líquido. As reclamações foram constantes por parte de usuários das mais variadas localidades. Entretanto, o temporal que teve fim no início da madrugada de terça, não causou, pelo menos na zona urbana de Livramento, grandes danos, ao que tenha sido registrado pela AES Sul e Corpo de Bombeiros. Um poste de rede quebrou nas imediações do Jardim dos Ypês-Carajás (Grande Wilson), alguns rompimentos de cabos de alta e de baixa tensão foram verificados em áreas do Prado, Grande Armour (Bela Vista e São Paulo). Com a necessidade de interrupção do fornecimento de energia para os consertos, os usuários permaneciam sem energia e sem água em muitas das vilas e bairros e, inclusive, no centro da cidade, junto à linha divisória.

O temporal

A Estação Meteorológica de Rivera confirmou, ontem, que a chuva teve com trovões, relâmpagos e nuvens escuras encobrindo o céu. A temperatura era cada vez mais alta ao entardecer de segunda. Por volta das 21h30, o cenário era de temporal que se anunciava, com perspectiva de intensidade. Os centros de climatologia já haviam, ao longo da tarde de segunda, mudado o alerta de amarelo para laranja. Ocorria o temor de ventos fortes, gerando comentários das pessoas.

Entretanto, como diz a gíria fronteiriça: “foi mais o susto”. A medição de velocidade do vento, por parte da meteorologia uruguaia, dava conta que a média registrada foi de 70 quilômetros por hora. O acumulado de chuva, entre 21h30 e 1h atingiu 30.5 milímetros no centro da Fronteira.

Em localidades interioranas, as medições foram diversas, com os índices acumulados nesse lapso de tempo alcançando até 43 milímetros. No perímetro urbano, também foram registradas diferenças entre o índice pluviométrico em uma e outra região da cidade. De 25 milímetros no Prado, chegou a 39 milímetros em outras áreas.

Equipes entraram em ação ainda durante a madrugada

Técnicos realizam a troca de poste na região do Wilson a fim de religar a energia elétrica

Desde a madrugada de terça-feira, logo após as últimas gotas de chuva terem caído, as equipes da Sirtec – prestadora de serviços técnicos para a AES Sul – entraram em ação nos pontos que registravam situações de perigo iminente. Os procedimentos operacionais mobilizaram 10 equipes de atendimento, as quais atuaram com a finalidade inicial de evitar a concretização de situações graves nas áreas que ofereciam risco, conforme destacou o coordenador regional da AES Sul, Robert dos Santos. Conforme ele, que responde pela área de Livramento e Rosário do Sul, o temporal ocasionou maior número de situações e perigo e prejuízos nesta última, onde ocorreram as mais diversas situações de prejuízos derivados da forte chuva e dos ventos que lá sopraram com mais força do que em Livramento.

“Em Rosário, registramos um trabalho ainda mais intenso do que em Livramento, com envolvimento direto da prefeitura, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros. Foram vários estragos do vento e da chuva” – refere Robert dos Santos.

De acordo com o coordenador, comparativamente, as ocorrências registradas e âmbito local foram em número muito menor do que as verificadas na cidade vizinha. “Entretanto, mobilizamos 10 equipes, as quais trabalharam durante toda a madrugada. Substituímos os integrantes desses times por outros, a fim de que os primeiros pudessem descansar e retomar o serviço à noite” – disse ele, até que as contingências fossem debeladas.

Robert dos Santos também fez um esclarecimento em torno do call Center – o 0800 – da AES Sul. Diante das reclamações de várias pessoas que tentaram contato para informar situações diversas de falta de energia, ele explicou que há uma sobrecarga no sistema, pois a central atende todo o Rio Grande do Sul.

Em função de, em outras regiões, terem havido consequências prejudiciais em várias cidades, o número da demanda por atendimento cresceu significativamente e há um tempo significativo de espera pelo atendimento telefônico. As posições ocupadas do Call Center refletem os registros de que mais de 300 mil consumidores chegaram a ficar sem energia durante toda a sexta-feira. No município, cerca de 4.000 usuários permaneceram sem energia elétrica durante boa parte da terça-feira.

A falta de energia elétrica em Livramento se estendeu ao longo da tarde em algumas áreas, conforme Robert dos Santos, pela necessidade de reposição de equipamentos com o desenvolvimento do trabalho em segurança, tanto para os colaboradores, quanto para a comunidade.

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.