Pouco futebol, muita confusão no último Grenal do Olímpico

Jogo foi pobre tecnicamente e cheio de confusões: festa bonita ficou a cargo da torcida gremista

O último clássico do Estádio Olímpico começou com festa e acabou com confusão. A síntese do jogo histórico foi o pouco futebol apresentado pelos dois times, a partir dos esquemas idênticos dos treinadores, três volantes e apenas um atacante. Nem as cinco expulsões, Luxembrugo e Osmar Loss, mais Daniel e Muriel pelo lado do Inter e Saimon pelo lado tricolor, e a pressão do Grêmio, que jogou grande parte do segundo tempo com dois jogadores a mais, mudou o escore e os prejuízos tricolores. O empate no Grenal, aliado a vitória do Atlético sobre o Cruzeiro em Minas, (3X2), deixou o Grêmio em terceiro lugar no campeonato e obrigado a jogar a pré libertadores.

O show maior foi da torcida. Nas arquibancadas, os tricolores se despediram em grande estilo da casa de 58 anos. Ao estragar a festa gremista com dois atletas a menos, o Inter teve no goleiro Renan, que substituiu Muriel, expulso e no zagueiro Moledo, os destaques.

O clima festivo iniciou ainda pela manhã deste domingo. E seguiu tarde adentro. Os gremistas celebraram o final de uma era e a última partida do Estádio Olímpico Monumental com felicidade e alegria. Ou seja, fora de campo, tudo era festa. Em campo, porém, o estádio merecia homenagem melhor.

Nas quatro linhas, o que se viu foi um reflexo disso. O Grêmio precisava, naquela altura, vencer para garantir vaga direta na Copa Libertadores. O Atlético-MG praticamente iniciou a partida ganhando do rival Cruzeiro, o que obrigava os gaúchos a ter vantagem sobre o Inter.

O Tricolor até teve mais iniciativa, mas criou sua única chance aos 38 minutos, quando Anderson Pico deu um pouco de beleza ao jogo e, com uma janelinha, passou como quis por Edson Ratinho. André Lima completou o cruzamento na altura da marca do pênalti, à direita do gol de Muriel.

Já os colorados abusaram dos lançamentos longos dos zagueiros e laterais. Leandro Damião cansou de disputar no alto – e perder – com os gremistas.

O intervalo chegou com o 0 a 0 no placar. Parece que toda a emoção do clássico estava guardada para a etapa final. Logo nos minutos iniciais, Saimon deu grande lançamento para Elano, às costas de Fabrício. O meia encobriu Muriel, mas o goleiro colocou a mão na bola fora da área e evita o gol. Expulsão e falta boa para o Grêmio. Antes da cobrança, porém, muita confusão. Fred, de 19 anos, catimbou o jogo como veterano. Foi até Elano e deu com o bico para tirar a bola do lugar. A partir daí, o empurra-empurra padrão de todo clássico brasileiro foi deflagrado. Luxemburgo, irritadíssimo, tirou Saimon e Anderson Pico do bolo de atletas. Ainda que tenha entrada para separar, foi expulso.

Luxa demorou quase cinco minutos para deixar o campo. Na área técnica, Antônio Lopes Júnior fez as vezes de técnico. Logo depois do jogo reiniciado, o Inter teve mais um golpe: Leandro Damião agrediu Saimon e deixou o Internacional com nove jogadores em campo.

A partir deste momento, não poderia ser diferente: o Inter se fechou com duas linhas de quatro e viu o Grêmio dominar a partida. Leandro, aos 22, depois de entrar na vaga de Anderson Pico, arriscou de dentro da área, nas mãos de Renan. E o Olímpico murchou um pouco após a comunicação da virada do Galo diante da Raposa.

A pressão aumentou. Aos 30, André Lima parou em Rodrigo Moledo, já sem Renan no lance. Na sequência, menos de um minuto depois, Zé Roberto virou de bicicleta da entrada área e exigiu defesa firme de Renan. Depois, o camisa 10 arrematou rasteiro e obrigou o pulo rápido do camisa 12 e toque sutil para evitar o gol.

A sucessão de lances acendeu a torcida azul. Os gritos e a festa voltaram no concreto do já saudoso Olímpico. O Grêmio parecia retomar os tempos da inauguração do estádio, em 1954, com um 2-3-5. Uma linha com dois zagueiros, três meio-campistas à frente e cinco enfiados na defesa do Inter.

E assim foi até os minutos finais. Leandro, mais uma vez, aos 42, perdeu chance dentro da área. Antes, Cassiano havia assustado com uma quase-cabeçada – Pará salvou na hora certa. O atacante, que havia entrado no segundo tempo, saiu para a entrada de Forlán. Sem ter o que fazer no ataque, o Inter se postava atrás e esperava.

A confusão de fato iniciou após um lance entre Osmar Loss e Saimon, fora de campo. Saimon peitou o interino colorado, que revidou. Ambos se agrediram em campo e foram expulsos. Fred saiu em defesa de seu treinador e agrediu o zagueiro gremista. Vilson, depois, discutiu fortemente com D’Alessandro. No meio da confusão, um foguete saiu da social gremista e acertou o preparador físico Flávio Soares, que foi atendido pela ambulância do Olímpico. Logo após o reinício, Héber Roberto Lopes apitou o final da partida e foi cercado pelos gremistas.

Um fim que o Olímpico não merecia presenciar. A festa ficou com a torcida gremista antes e depois do jogo. 

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