Vida de circo: rotina de treinos, viagens e estudos, pelo amor à arte milenar

Elas cresceram sob as lonas do circo e hoje dividem a vida entre estudos, viagens e performances de tirar o fôlego para o público de todo o Brasil

Natália Vieira (e) e Andreyna Falcão (d) dividem a vida entre os desejos pré-adolescentes e a rotina puxada da vida circense

São duas semanas em cada cidade, uma rotina estressante, muitas horas de treino, dedicação extrema e os resumo de um trabalho apresentado ao público, em espetáculos que duram apenas duas horas. Assim é a vida dos artistas de circo que cruzam estradas de sul a norte do Brasil, apresentando a arte milenar e que ainda atrai olhares e desperta imenso fascínio entre os espectadores. Vanessa Reis, que iniciou a vida circense com apenas oito anos de idade e hoje atua à frente do marketing do circo Maximus, recebeu a reportagem do Jornal A Plateia para falar um pouco da rotina diária de quem trabalha no local. “Eu mesma sou de circo. Minha vida está diretamente relacionada ao espetáculo”, disse ela, que contou que queria ser veterinária, mas acabou optando pelo curso de estética canina, além da profissão que a fez trabalhar no circo. “Estamos sempre prontos para tudo. Todos aqui no circo trabalham e cada um tem a sua função. Somos, na verdade, uma grande família”, revelou. Vanessa diz que as mulheres, assim como os homens, precisam fazer muitas funções. Aqui em Livramento estamos trabalhando com 120 pessoas, além de 7 ou 8 que foram contratadas na cidade para trabalhar na nossa divulgação.

Vanessa Reis, no circo desde os 8 anos, hoje é uma das mágicas e responsável pelo marketing em cada cidade visitada

Nascida na Itália, em Napoli, Vanessa se assume como uma brasileira, em razão da vida que leva deste lado do continente. Hoje, aos 40 anos, ela apresentou os bastidores do circo para os leitores de A Plateia. “Minha paixão sempre foi a magia, e quando tive a primeira oportunidade, agarrei a minha chance e nunca mais soltei. Criei-me como assistente de mágicos e é daí que vem essa paixão”, revelou. 

Crescer no circo

Natália Ribas Vieira, 12 anos, e Adreyna Silveira Falcão, 11 anos, são apenas dois exemplos de meninas que aprendem desde cedo a conviver com as dificuldades do circo, aprender uma profissão e ainda dar conta dos estudos. Em uma conversa rápida, no meio de mais um treino sob a lona quente do circo, as meninas de sorriso farto contaram que a grande dificuldade surge na hora de deixar para trás os amigos que são feitos em duas semanas, geralmente quando frequentam as escolas das cidades onde o circo está instalado. “Estamos acostumadas, porque nossos pais são de circo e já nascemos aqui. “Tem cidades que fazemos alguns amigos e outras que não fazemos muitos. Nesse ano, estamos fazendo muitas amizades. A gente sente falta de ficar mais tempo em uma escola. Geralmente em cidades maiores, quando ficamos até um mês, quando estamos nos adaptando aos amigos e professores, é de novo hora de ir embora. Essa é a dificuldade”, contam as meninas, que apresentam um dos números de maior plasticidade e beleza do espetáculo que está sendo apresentado em Sant’Ana do Livramento. 

Kaylaine nasceu em Livramento e hoje percorre o mundo com o circo Maximus

Uma santanense entre eles

Ela tem apenas nove anos, uma forma extremamente desenvolta de se comunicar e um sorriso que cativa quem se aproxima e que irradia simpatia. Kaylaine Silva, já artista circense, contou à reportagem que nasceu em Livramento, em uma das passagens de sua família pela Fronteira. Ao circular pelo circo, a menina de fala fácil, simpática e sorridente, disse que gosta da cidade onde nasceu, embora não tenha o desejo de vir morar em Sant’Ana do Livramento. “Gosto do circo, sinto-me bem e quero passar a minha vida aqui”, afirmou sem titubear na resposta.

 

 

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