Votando certo

Quando Janio Quadros foi eleito presidente da República,em 1960,eu ainda não tinha idade para votar,mas lembro que acompanhei o pleito com relativo interesse.E se dependesse da minha vontade,os brasileiros teriam escolhido o Marechal Lott para sentar na cadeira presidencial,em Brasilia.Até porque ele era apoiado pelo PTB, o partido de João Goulart,candidato a vice-presidente.Os candidatos a vice-presidentes na chapa de Janio eram Milton Campos, pela UDN, e Fernando Ferrari,pelo Partido Democrata Cristão.Eu sabia pouco a respeito de Milton Campos,mas já tivera a oportunidade de ouvir uma entrevista de Fernando Ferrari,em Santana do Livramento e ficara impressionado com a sua facilidade explicitação de programas e idéias.A eleição terminou com a vitória de Janio e João Goulart,apoiados por inúmeross comitês que se esforçavam para atrair a simpatia dos eleitores pela dupla Ja-Jan.Portanto,Lott não venceu como eu queria.Mas Jango, o gaucho de São Borja, lider nacional do PTB,elegeu-se com uma votação maior do que a de Janio.Por isso,não me senti derrotado na primeira eleição pela qual me interessei.Em outras oportunidades,após o regime ditatorial,,nem sempre fiquei satisfeito quando as eleições terminaram.Mas,o importante nisso tudo, é que nunca me arrependi de ter apoiado candidatos indignos da confiança dos eleitores.E nunca me iludi com a lábia fácil de demagogos, como Color de Mello,que, incrivelmente, conseguiu derrotar adversários do prestígio de um Brizola,um Lula, um Ulisses Guimarães.
Lembro com saudade daquele tempo em que eu era adolescente,mas já me interessava por uma eleição para escolher o presidente da República.Um adolescente que não sucumbia a cantilena dos demagogos, dos falsos apóstolos da anti-corrupção.A vassoura, simbolo da campanha de Janio,que se dizia comprometido com o combate à corrupção, virou peça de museu após sua renuncia.E Collor, que prometeu na campanha combater a corrupção e a inflação,foi banido do poder pelo impeachament occorrido há 30 anos.Ele prometeu o oposto do que fez na presidencia.Mas eu não amarguei nenhuma decepção, porque nos dois turnos votei em outros candidatos.Esta incursão no arquivo da memória pode ser importante para muitas pessoas que, hoje, votarão para prefeito e vereador.Não se deseja que um político seja bonito, rico e bem falante,mas que seja,sim, rigorosamente honesto no trato da coisa pública.Só dessa forma ele não será no futuro o que Celso Mello,ministro do Supremo Tribunal Federal,definiu como “verdadeiros assaltantes dos cofres públicos”. Os politicos que, ainda segundo a duríssima definição do ministro,”transformam a cultura da trangressão em prática ordinária e desonesta de governo”.Desejo,portanto, a todos os eleitores que neste dia tão importante votem nos melhores candidatos. Só assim não terão mais tarde o arrependimento do voto desperdiçado na escolha de um candidato indigno da atividade politica.

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.