Inovação para acelerar o desenvolvimento

Se o Brasil quiser dar o salto para percorrer a distância que hoje o separa do grupo de nações desenvolvidas precisará enfrentar vários desafios fundamentais. E um deles, sem dúvida, é o de promover uma escalada de inovação sem a qual o Brasil não conseguirá manter, em longo prazo, um desenvolvimento sustentável.

A boa notícia é que o país já conta com uma plataforma para dar esse salto. Afinal, no ano passado os pesquisadores brasileiros publicaram praticamente 50 mil trabalhos em revistas científicas reconhecidas, colocando o País em 13º lugar neste ranking mundial. Em compensação, o Brasil apresenta dificuldade em transformar essa produção cientifica em inovação. Por isso, no ranking da inovação, o Brasil ocupa a 47ª colocação. “Falta no Brasil um ambiente propício à inovação”, afirmou recentemente João Fernando de Oliveira, presidente do respeitado IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas.

Situação semelhante vive o Rio Grande do Sul, que, assim como o Brasil, carece de uma relação mais intima entre a academia e o mundo empresarial. A primeira precisa ter a preocupação em fazer com que o conhecimento beneficie as pessoas. E os empresários precisam desenvolver a disposição de pensar – e investir – em avanços de longo prazo.

Existem importantes exceções, contudo. Hoje algumas grandes empresas, como Petrobras e Braskem, mas também empresas menores, como a gaúcha Novus Produtos Eletrônicos, mantém posturas altamente inovadoras. A Petrobras desenvolveu grande parte da tecnologia para exploração petrolífera em alto mar. A Braskem implantou a técnica para a produção petroquímica a partir do etanol, o chamado plástico verde. E a Novus acaba de receber o prêmio de inovação em competitividade do Movimento Brasil Competitivo, MBC.

O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Rio Grande do Sul (CDES-RS), do qual participam pessoas de todos os setores da sociedade, está debatendo exatamente essa questão. E os participantes da Câmara Temática sobre Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico, recém instalada, perceberam desde logo que o estado dispõe da instrumentação básica para estabelecer um projeto capaz de elevar de forma marcante o nível de inovação de suas empresas.

De fato, o Rio Grande do Sul conta não apenas com uma lei de inovação própria, mas, também, com várias entidades especializadas, como a Fapergs e Cientec, e uma interessante estrutura acadêmica instalada em várias regiões. Sem contar os parques Tecnológicos da Valetec (Campo Bom), Tecnosinos (São Leopoldo), Cei-Ufrgs (Porto Alegre), Tecnopuc (Porto Alegre) e Ceitec (Porto Alegre) e, ainda, vários Pólos Tecnológicos existentes.

E como prevê o termo de instalação da Câmara, os debates proporcionarão a busca do “fortalecimento e fomento à formação das redes de pesquisa e inovação tecnológica, reunindo governo, empresas, parques e universidades nas regiões do Estado”, acelerando o desenvolvimento.

Por Helio Gama
* Jornalista

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