Resistência irracional

Toda pessoa humana, pelo Criador, dotada de inteligência e outras faculdades com seus atributos morais, é chamada á abertura para a compreensão das verdades naturais e sobrenaturais. A suprema VERDADE da qual procede tudo o que é verdadeiro, justo e santo, nos é explicitada nas Sagradas Escrituras, haja vista, os seguintes termos, dentre outros: “Todos serão ensinados por Deus” (Is 54,13 e Jo 6,45). Na “oração sacerdotal”, Cristo Jesus reza ao seu Pai pelos discípulos: “Santifica-os pela verdade. A tua palavra é a verdade (Jo 17,17).Cristo é nosso Divino Mestre, pois nos diz: “ Todo aquele que ouve o Pai e é por ele instruído vem a mim (Jo 6,45). Portanto, temos toda a evidência de que, se por ele formos conduzidos, estaremos no caminho certo e seguros da total verdade. Mas, o que é a verdade? O conceito de VERDADE, em sentido epistemológico, é o que nunca esqueci dos meus antigos estudos de filosofia no Seminário Maior de Viamão, quando as aulas eram ministradas em Latim. Assim recordo: “Veritas est conformitas seu adequatio intellectus et rei” (=Verdade é a conformidade ou adequação do intelecto com o objeto). Este conceito filosófico, também é útil para entendermos a realidade do mundo criado e a do Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis, na sintonia do amor infinito. Na VERDADE está a luz; na mentira, estão as trevas da morte física e espiritual.

É absurdo pretendermos seccionar a VERDADE em absoluta e relativa. Entretanto, é bastante frequente ouvirmos, até, de pessoas de significativa intelectualidade, expressões como esta, por vezes, na tentativa de justificar falcatruas: “Falo com absoluta verdade”, como subtendendo-se que há uma VERDADE relativa. Ora, VERDADE é, ou, não é. A VERDADE por sua natureza não pode ser absoluta nem relativa. Simplesmente É. Contradição é ser e não ser ao mesmo tempo. Daqui, transportando-nos ao nível do pluralismo religioso, frequentemente, abordado pelos pastores da Igreja Católica, mormente, da parte do Sumo pontífice que, não obstante o grande esforço e movimentos ecumênicos, através de encontros e diálogos com ministros de outras confissões religiosas, não deixa de reprovar o relativismo e de reafirmar a integridade da Fé cristã, sob a tentativa escatológica de fazer acontecer a unidade tão exigitiva do Mestre, Jesus Cristo, “Para que todos sejam um assim como Ele e o Pai são um” ( Jo 17,11).

O mundo contemporâneo prossegue numa obstinada resistência: Arvoram-se fautores da verdade resistindo, irracionalmente, aos ensinamentos de agentes colocados por Deus para levar ao mundo a luz da verdade. Existe um fechamento brutal para Deus, começando pela negação de sua própria existência e, isto não no meio dos humildes, dos pobres, mas dos protagonistas professores de universidades. O farisaísmo ao tempo de Jesus continua, ainda hoje, nos centros de “mestres intelectuais” (“donos da verdade”) levando multidões jovens à corrupção da sociedade do mundo da informática, das sofisticadas tecnologias…

No âmbito do contexto desta crônica, traria muitíssimas experiências do fenomenal assédio à verdade, demonstrando, outrossim, o desprezo, a desatenção aos verdadeiros valores da vida humana em todos os setores da sociedade, a começar pelo descrédito às normas e regras que orientam a preservação da vida em nossas estradas e ruas das cidades, levando à morte, diariamente, grande número de pessoas, sobretudo, nos fins de semana e nos feriadões. Os protagonistas da “VERDADE” por si criada, tornam-se quais animais irracionais, prescindindo de todo o senso e sentimentos humanitários.

Outra particularidade que se equaciona à VERDADE, agora, comentada, é o desconhecimento ou o menosprezo ao nosso meio social da pregação da Igreja Católica, relacionada à questão da “confusão” entre as Padroeiras de nosso Município: Nossa Senhora do Livramento e Sant’Ana do Livramento. Não tem conta as vezes em que tenho trazido este esclarecimento, através das homilias e escritos, distinguindo clarividentemente Nossa Senhora, Maria, e Sant’Ana , a sua mãe. Fiquei estarrecido nestes dias passados, quando, por duas vezes, nosso prestigioso jornal A Platéia publicou a caso de vandalismo no monumento de Nossa Senhora do Livramento, na vila Planalto, cujas mãos da imagem do menino Jesus foram quebradas. Até aqui louvo o gesto de defesa por parte do articulista; porém, novamente surgiu o erro sobre o nome de Sant’Ana. É fácil distinguir nas duas imagens a VERDADE: Nossa Senhora é quem leva o menino Jesus nos braços, enquanto que, Sant’Ana traz a sua frente a filhinha, Maria, num pergaminho, lendo a Sagrada Escritura. Por conseguinte, a imagem danificada é a do conjunto com Nossa Senhora do Livramento e não “Sant’Ana”…É importante termos clareza desta verdade, assim como todas as expressões da VERDADE em nosso dia-a-dia. Importa, necessariamente, que as autoridades representativas da comunidade santanense conheçam verdadeiramente nossas origens e possam vivenciá-las, no testemunho da VERDADE.

Pe. Hermes da silva Ignácio.

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