Em Nome dos Idosos

É correta a observação de que homens ou mulheres idosos podem viver dias felizes.Prrincipalmente quando não enfrentam problemas de saúde e ganham o suficiente para viver com um mínimo de dignidade.Idosos nessa situação realmente podem ser felizes,desenvolvendo tarefas prazerosas,como viajar e conviver mais com familiares e amigos. Mas e os idosos que não desfrutam dessa situação? A pergunta se tornou angustiante há poucos dias quando passei defronte a um ginásio esportivo abandonado e vi um velhinho em farrapos comendo com as mãos, cercado por tres cachorros. Alem dos problemas da fome e da solidão,que o transformam num ser descartável na sociedade egoísta em que vivemos,ele está sujeito a insultos e agressões de boçais insatisfeitos com a sua presença. A constatação não é ociosa porque se baseia em fatos incontestáveis. Os homens e mulheres de mais idade são vitimas constantes da violência,principalmente no ambiente familiar,o que nos cobre de vergonha e indignação.Ao contrário do que se vê em sociedades alicerçadas na moral e na filosofia, nas quais os velhos são respeitados e reverenciados,nós não cuidados como deveríamos dos nossos avôs e avós.E, por issso,eles se transformam em seres fragilizados e inseguros,vitimas de agressões físicas e toda sorte de humilhações. O tempo que lhes resta de vida é marcado por vários crimes,alem das agressões físicas,verbais e psicológicas.E não há de parte do legislador a preocupação de endurecer a lei para punir severamente os criminosos que escolhem idosos como vitimas preferenciais.

Existem,sim,iniciativas elogiaveis no Ministério Público,da Policia e das Delegacias dos Idosos para diminuir a incidencia desses problemas.Mas cabe a cada um de nós,na esfera de nossa atuação e no ambiente familiar e profissional,agir decididamente para impedir que se consumem agressões a pessoas idosas.Digo isso por estar convencido de que nossa omissão é responsável por muitos crimes,que não chegam ao conhecimento das autoridades. No caso dos idosos,agressões no âmbito doméstico,cometidas por parentes,com motivação diversa,ficam ocultas sob o manto da impunidade.As vitimas sofrem caladas com medo de que as agresões aumentem e se tornem insuportáveis.Mas será aceitável do ponto-de-vista do caráter, da dignidade humana,calar diante das agressões covardes a um idoso,seja onde for?

Já que o Brasil tem 20 milhões de idosos,que representam quase 11 por cento de sua população,vamos tratá-los com o respeito que merecem. A eles, todas as familias e o país devem muito. Não há explicação,portanto,para indiferença diante dos problemas que angustiam nossos irmãos idosos,principalmente os desemparados. Quem for jovem,hoje,e achar que o assunto não tem importancia está passando para si mesmo um atestado de irremediável burrice.E pode pode se transformar em alguns anos na vitima semelhante a quem hoje desconsidera e despreza.

 

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