CORINTHIANS, SEM RESTRIÇÕES

Não há reparos a fazer na conquista da Copa Libertadores pelo time paulista. Sem possuir nenhuma estrela no grupo, mas com um sentido coletivo admirável, o Corinthians foi passo a passo ultrapassando todos os obstáculos para decidir no Pacaembu. Seria inviável acreditar que não fosse aproveitar esta oportunidade única de decidir em casa para se tornar pela primeira vez, campeão continental. Como se diz na gíria, “era agora ou nunca”. Pior, se perde a Libertadores o ano estaria perdido, pois deixou seus concorrentes diretos abrirem uma frente muito grande na luta pelo título do Brasileirão.

BRASILEIRÃO: JUNIORES E MASTERS

As principais equipes do futebol brasileiro são formadas por sub-21 e over-33 anos. A faixa do meio, que é a principal, com raras exceções está toda fora do país. Óbvio que falo dos jogadores de melhor qualidade, porque porcaria os europeus dificilmente levam para lá. Ronaldinho, Forlán, Seedorf, Juan, Fábio Aurélio e Zé Roberto entre outros, estão vindo para cá atraídos por salários que os clubes europeus não pagam para “quase aposentados”, cujo custo-benefício é elevadíssimo. Os cartolas brasileiros então se prestam a oferecer uma generosa previdência privada para quem não têm mais lugar num futebol competitivo.

BRASILEIRÃO: JUNIORES E MASTERS -2

O problema é que, para trazer estes medalhões que não valem nem a metade do que recebem aqui, os clubes se desfazem de seus principais ativos, que são jogadores na faixa de 22, 23 anos. É como se o leitor vendesse sua casa e fosse morar de aluguel numa cobertura na Av. Vieira Souto (Ipanema) cujo metro quadrado é um dos mais caros do mundo. Em quatro anos não teria mais dinheiro para pagar aluguel nem casa para morar. Estaria dilapidando seu patrimônio para viver fora da realidade durante um curto período da vida. É este tipo de insanidade que os cartolas estão fazendo com o dinheiro dos clubes.

 

A HORA E A VEZ DE DUNGA

O Flamengo procura um treinador para poder dispensar Joel Santana e o Inter frita Dorival Júnior. Outros clubes pensam em mudar o comando técnico, mas não encontram profissionais disponíveis no mercado. Não sei como seria Dunga em um clube, no dia a dia, nos treinamentos, nas entrevistas (Opa!!!). Mas não contratá-lo, como já ouvi, porque não sorri ou responde atravessado, não são argumentos que me sirvam. Já vi Muricy e Felipão fazerem pior. É defensivista? Ora, como Muricy e Tite armaram suas equipes nas últimas conquistas de Santos e Corinthians?

A HORA E A VEZ DE DUNGA -2

Discordei dele (mera questão de opinião) em algumas convocações para a Copa do Mundo (Doni, Josué, Grafitte), mas nenhum deles entrou em campo e quem errou foi Julio Cesar, considerado por muitos o melhor goleiro do mundo na época. Dunga é um líder e sua alegada antipatia não me preocupa, talvez por ter a muitos anos um bom relacionamento com ele. E também não é por isto que o elogio. É porque o mercado está carente de profissionais com seu perfil. O problema é saber se os cartolas querem “jogar para a torcida” ou um técnico competente, honesto e trabalhador.

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