Presidente do Conselho Municipal de Saúde se manifesta sobre questão do Hemocentro e Banco de Sangue

Delmar da Rosa diz que a cidade não ficará desabastecida de sangue com a mudança no fornecimento, que poderá ser feito pelo Hemocentro da cidade de Alegrete

Delmar da Rosa, presidente do Conselho Municipal de Saúde, diz que decisão final é da Santa Casa

Mesmo após o anúncio feito na última semana pelo provedor da Santa Casa de Misericórdia, o médico Carlos Vieira, de que possivelmente a instituição venha a optar pelos serviços do Hemocentro, órgão sediado na cidade de Alegrete, e não com o banco de sangue pertencente a uma empresa privada da cidade, o Conselho Municipal de Saúde ainda não votou, por falta de quórum, o parecer que informa a sua posição e sugestão dos rumos a serem tomados nesta negociação. Para o provedor da Santa Casa de Misericórdia, a instituição irá delegar de acordo com a decisão da Mesa Diretora que, provavelmente, vai decidir pela utilização do serviço estadual. Para o presidente do Conselho Municipal de Saúde de Sant’Ana do Livramento, Delmar da Rosa Rodrigues, após a assembleia ocorrida na semana passada, não foi possível votar o parecer que indica, segundo ele, a intenção da manutenção dos serviços com o banco de sangue atual existente na cidade e administrado por uma empresa particular. “São necessários treze votos mais um, para que possamos efetuar uma votação. Como isso não ocorreu na semana passada, somente vamos apreciar o parecer e levar novamente à votação no dia 17 de junho”, explicou Delmar.

Preocupação

Ao lado dos acontecimentos que envolvem as duas partes, Santa Casa e o laboratório que tem contrato a cumprir até o dia 12 de junho, Delmar da Rosa disse que dentro do Conselho foi criada uma comissão para tratar exclusivamente desta questão. “Este contrato está vencendo e a Santa Casa optou por receber o sangue do Hemocentro. A Santa Casa não teria obrigação de renovar com este fornecedor, que é um prestador de serviços. Estamos preocupados por que se esparramou um boato na comunidade de que a cidade poderia ficar desguarnecida de sangue a partir de agora, o que não é verdadeiro. O Hemocentro vai ter os mesmos custos que tem o laboratório e é apenas uma nova opção da Santa Casa, o que em nada interfere no fornecimento de sangue. Cabe salientar que o banco de sangue do laboratório local continuará atuando como tal, fornecendo para outra instituição na cidade e, caso ocorra a necessidade, poderá, eventualmente, fornecer para a Santa Casa, se esta vier a precisar em uma situação excepcional. Nós, como conselheiros, defendemos o SUS, os usuários e seus recursos, e queremos que o usuário seja bem atendido. Prezamos pelo bom atendimento, pela qualidade dos serviços. O Conselho emite um parecer indicando o que deve ocorrer mas, quem define, neste caso, é a Santa Casa de Misericórdia, com a sua autonomia. O parecer, que ainda não foi votado, diz que a Santa Casa deveria continuar a usar o sangue do banco da cidade, mas que fique claro, que a decisão é da instituição. Quero que fique claro, também, que a cidade não ficará desguarnecida. Houve muito boato e, eu preocupado com isso, quero deixar a comunidade tranquila por que não vai morrer gente em função dessa mudança. Na política do SUS, a ordem é: primeiro o público, depois o público com o filantrópico, depois o público com o privado. Assim sendo, não descartamos nunca que uma empresa privada venha a fazer o atendimento mas, se existe a possibilidade de ter o serviço público, assim deve ser. Criaram a ideia de que a comunidade ficaria desassistida e, posso garantir que isso não ocorrerá”, afirmou o presidente do Conselho Municipal de Saúde.

Ainda de acordo com Delmar da Rosa, os Hemocentros funcionam todos interligados no Rio Grande do Sul. Desta forma, caso se torne necessário, o sangue poderá vir de outra cidade e ainda assim atender à demanda existente na cidade. “Queremos que a nossa comunidade tenha o melhor serviço com a estrutura que é necessária”, frisou ele.

Delmar disse, ainda, que os 24 conselheiros estão debatendo o tema há mais de dois meses para que o assunto seja do conhecimento de todos.

Cleizer Maciel
cleizermaciel@jornalaplateia.com

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