Diagnóstico Inútil

Um amigo com quem converso sobre noticias que aparecem reiteradamente nas páginas dos jornais,quis chamar minha atenção sobre o que vem ocorrendo no Presídio Central de Porto Alegre, localizado no bairro Partenon.Para sua surpresa, lhe respondi que o assunto não me interessa, porque se tornou repetitivo e cansativo para o meu gosto. Eo amigo nada mais disse, porque entendeu minha decisão de não falar sobre as condições subhumanas em que centenas de presos vegetam no interior do presídio em ruinas. Mas talvez eu precise dizer,para quem aprecia este espaço,que há mais de 20 anos ouço muitas autoridades,principalmente do Judiciário, dizerem que o presídio não tem as mínimas condições de continuar recebendo presos. Mais de 20 anos se passaram e nada foi feito para que a situação mude.Os presos continuam amontoados como fardos no presídio,convivendo com ratos,aranhas,baratas e toda a sujeira imaginável, num predio enorme,sem os mínimos cuidados com a sua conservação. E, aí, nenhum dos governadores que ocuparam o Palácio Pirantini nos últimos anos está totalmente isento de culpa.É possivel que um ou outro tenha até mesmo visitado o presidio,manifestando a intenção de reformá-lo ou implodí-lo, com a transferência de presos para outro lugar.Mas tudo ficou na intenção,na boa vontade.Concretamente, nada se fez até agora para que o assunto não retorne com assiduidade enervante às páginas dos jornais e aos debates em emissoras de rádio e televisão.

Esperando Sentado

Mas será que o Rio Grande do Sul não tem condições de bancar a construção de uma nova casa prisional para substituir o Presídio Central de Porto Alegre? Será que vou suportar por mais 20 anos o debate estéril a respeito das péssimas condições do velho presídio? Pelo andar da carruagem,pela lerdeza dos seus movimentos,a triste realidade do presídio continuará nos envergonhando por muito tempo.E haja paciencia para ouvir e ler diagnósticos sobre a situação do prédio infecto e condenado, onde centenas de presos vivem a espera de uma desgraça semelhante a do Carandirú,em São Paulo.Chega de diagnósticos. A sociedade gaucha bem informada já sabe que o presidio não pode continuar funcionando e que urge o anuncio de uma solução definitiva para o problema.Porque se nada for feito estaremos passando o recibo da nossa total incompetencia para resolver os grandes problemas do Estado.E a situação do presídio, agravando-se a cada dia,se transformará num exemplo maiúsculo de surrealismo.É como se um médico disssesse para o paciente que ele tem câncer e não lhe indicasse nenhum caminho para superar a moléstia.O dignóstico seria conhecido,mas de nada serviria.Ao paciente afetado pela doença só restaria esperar a hora da morte.Está mais do que nada hora de se iniciar a construção de um grande presídio no Estado,cuja inauguração seja marcada para ontem. E não me digam que falta dinheiro para construí-lo. Onde vai para o dinheiro dos impostos que pagamos ? Se o Estado é incapaz de construir um novo presídio, substituindo a pocilga existente no Partenon,quando ficará pronta a anunciada duplicação da ponte sobre o rio Guaíba,na capital? Eu vou esperar sentado,lendo coisas mais interessantes em livros,jornais e revistas.

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