Prostíbulos

Dificilmente se encontrará um homem da minha geração,entre os 60,70 anos,que não tenha frequentado prostíbulos na sua juventude. E que não recorde momentos felizes junto com prostitutas exímias na arte de encantar seus clientes. Eram momentos de relações pagas,mas o que restava para nós, jovens queimados no braseiro do sexo,numa época avessa a liberdade com que o assunto é encarado hoje pela sociedade? Eram momentos momentos desafiadores para jovens que não queriam ver seus dias passando sem o carinho de braços delgados ou rechonchudos, num quartinho simples de uma casa de subúrbio, sem luz eletrica e água encanada.Eu integrei a turma de jovens que buscavam a companhia de prostitutas em bairros de Livramento e Rivera.E ainda lembro histórias engraçadas daquela época em que sempre havia na mesinha de cabeceira um castiçal e,ao fundo,liberada por um vitrola inmvisível, a voz do Nelson Gonçalves cantando seus grandes sucessos. Havia guris magrinhos apaixonados por prostitutas gordas,que poderiam soterrá-los sob o peso dos seus corpos disformes.Uma delas tinha o sugestivo apelido de Caminhão da Carne.Nunca embarquei naquela carroceria,mas alguns colegas contavam que sua marcha era mais prazerosa do que se poderia imaginar.E havia guris gordos,sem qualquer experiencia sexual,enamorados por mulheres magérrimas,desdentadas,certamente sem muito apreço pelo banho,que cobravam por seus préstimos muito mais do que valiam.

Sexo sem Crime

Nenhuma anormalidade em nosso comportamento. A prostituição é a profissão mais antiga do mundo e não sei o que seria da humanidade se não exitissem, em todas as épocas, essas mulheres servindo de blindagem para que suas contemporâneas bem comportadas corressem menos riscos. O assunto, portanto, está na pauta dos costumes de todos os tempos. Mas,agora, por força de proposta de reforma do Código Penal, em tramitação no Senado, ganha o verniz da atualidade,com a promessa de avanço indiscutível. Se a reforma for aprovada,os prostíbulos já não serão mais proibidos e seus responsáveis não correrão o risco de prisão. E o que é melhor:as profissionais do sexo terão vinculos trabalhistas como em qualquer outra atividade. Mas tambem haverá,com a reforma,endurecimento na punição de quem explorar crianças ou adolescentes.E tudo porque o Código Penal de 1940 está defasado em relação a profundas mudanças ocorridas na mentalidade dos brasileiros nos últimos 70 anos.

É um avanço e tanto.Não há sentido em transformar-se prostíbulo em antro criminoso,nem tratar suas profissionais do sexo como se fossem criaturas demoníacas.Mas, pelo que vejo diariamente,os prostíbulos não tem qualquer futuro promissor.Sua clentela se reduz ano a no.O que nossa geração buscava com avidez na escuridão da noite e com medo de fuxicos da parentalha,está à disposição dos jovens felizes de hoje,com exagerado esbanjamento. Afinal, nenhum ser humano normal pode ser feliz sem a companhia do sexo oposto.Ou do mesmo sexo,se quiserem,para que não digam que sou atrasado e reacionario.

 

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