A Loucura do Barulho

Quem visita Santana do Livramento tambem vai a cidade de Rivera,nem que seja para um simples passeio na avenida Sarandi.E a reciproca é verdadeira.Não há como ser diferente,porque,na verdade,as duas cidades parecem uma,com a perfeita integração que, felizmente,as caracteriza. Quando estive há poucos dias em Livramento, tambem fiquei algumas horas no outro lado da linha divisória em companhia de amigos.E em dois momentos estive em restaurantes para almoçar e empinar repetidos copos da boa cerveja uruguaia. Num desses restaurantes,situados na Sarandi, relembrei meus tempos de estudante,quando em companhia de colegas do curso Clássico queriamos reformar o mundo em conversas intermináveis, em perder de vistas as lindas moças que desfilavam nas calçadas. Seria um momento de irretocável felicidade se não fosse o som produzido pelos novos bárbaros com suas motos descontroladas e seus automóveis equipados com aparelhos de som projetados para enlouquecer os circunstantes.Cercado de amigos sentados ao redor de duas mesas colocadas na calçada fronteira ao restaurante,eu quase não podia ouvir o que eles diziam. E certamente eles tambem faziam esforço para ouvir minhas palavras abafadas pelo barulho proveninente do leito da avenida.Irritado com a zoeira dos carros e motos em louco frenesi,pedi a conta mais cedo e me recolhi ao apartamento do hotel,para ficar na companhia de jornais brasileiros e uruguaios.Meus ouvidos agradeceram o bem que lhes fiz,retirando-os do espaço infernal da poluição sonora.

Desrespeito

Descrevo o suplício ocorrido comigo na avenida Sarandi,mas seria uma injustiça se dissesse que estou livre dele em qualquer outra grande cidade brasileira. Na verdade, há um numero crescente de pessoas que se especializarm na fabricação de barulho somente para irritar os seus semelhantes. Elas não se conformam em ouvir suas musicas preferidas sem chamar a atençao dos outros para o que estão fazendo.Devem sentir imenso prazer ao fazer o que bem entendem sem levar em conta o sagrado direito dos outros.Nem prestam atenção na musica que ouvem.Só desejam incluir terceiros no meio das suas loucuras inexplicáveis. Acontece a mesma coisa com a velocidade imprimida nos seus carros e motos.Não passa pela cabeça dos malucos a hipótese de uma colisão ou atropelamento.Ou ,quem sabe, é o que procuram, dando vazão as suas tendencias suicidas.Para serem notadas, são capazes de se pendurar nos fios da rede eletrica com uma melancia atada ao pescoço.Não estou, é claro, imaginando que se possa viver num mundo silencioso,onde a musica e a discussão em voz alta sejam proibidas. Quem deseja viver assim deve procurar uma reserva indígena nos confins da Amazônia.Minha critica visa os malucos que fazem do barulho sua maior adoração e não estão nem aí para o que os outros pensem a respeito deles.Será que o tal de Satã não é o responsável por essa loucura ?

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