Salton confirma investimento de R$ 100 milhões

 

Salton palestrou para um salão lotado de empresários de todos os segmentos, ontem

Mais de uma centena de empresários prestigiou a palestra do diretor da vinícola Salton, Antônio Salton, na reunião-almoço Conta Quem Faz, realizada ontem pela Associação Comercial e Industrial de Livramento-Acil, no restaurante Solar Don Pedro.

 

O evento abriu a programação de 2012 de reuniões-almoço mensais da entidade empresarial, e contou com as presenças do prefeito Wainer Machado, de lideranças políticas e representantes de diversas entidades, entre as quais a Asociación Comercial y Industrial de Rivera-Acir, Câmara de Dirigentes Lojistas-CDL, Unipampa, Urcamp, Associação dos Produtores de Vinhos Finos da Região da Campanha, associações de Contabilistas e de Administradores, Associação de Mulheres Empreendedoras, Assandef, Associação Tradicionalista Santanense e Sociedade Santanense de Medicina.

Antônio Salton foi convidado a palestrar na abertura da programação do projeto Conta Quem Faz e aceitou imediatamente. A promoção tem como objetivo proporcionar aos empresários santanenses uma troca de ideias a respeito de empreendimentos que apresentam resultado positivo e representam uma contribuição para o desenvolvimento econômico e social de Livramento. O diretor da Salton apresentou dados sobre os investimentos da vinícola em Livramento, que até o momento já chegam a quase R$ 12 milhões, entre construções, barragens, aquisição de máquinas e equipamentos, implantação de parreirais, mão de obra e aquisição de imóveis.

Líder na venda de espumantes no Brasil, sendo responsável por mais de 40% das vendas no mercado interno, a Salton já plantou em Livramento 110 hectares com as variedades Chardonnay e Pinot Noir, específicas para a produção de espumantes. Até o momento, a empresa tem em Livramento 28 funcionários fixos, mas estima-se que, com a conclusão da implantação dos 450 hectares de parreirais, o quadro fixo da empresa chegue a uma centena de colaboradores em Livramento, além dos trabalhadores safristas e terceirizados.

A empresa pretende investir ainda mais em Livramento, para passar a produzir espumantes e vinhos finos aqui mesmo, segundo Antônio Salton.

A previsão de investimentos na construção da unidade vinícola, novas barragens, implantação de vinhedos e tratamento ambiental ultrapassa a casa dos R$ 25 milhões, conforme ele. Antônio Salton ainda respondeu perguntas dos presentes, abordando, inclusive, outras questões, a exemplo da vinculação do vinho com o segmento turístico.

“Tem absolutamente tudo a ver”, garantiu ele, informando que a Salton também pretende investir nessa área, exatamente porque reconhece o grande fluxo turístico na Fronteira, por conta, principalmente, da atração proporcionada pelas lojas free shop de Rivera.

O presidente da Acil, Sérgio Oliveira, destacou a importância de palestras como a do empresário Antônio Salton. “São exemplos que nos enchem de otimismo em relação à nossa Fronteira, não apenas pelo tamanho do investimento que está sendo feito pela Vinícola Salton, mas principalmente pelo fato de que esse investimento, assim como outras ações de empreendedorismo que estamos vendo à nossa volta, materializam uma aposta que essas empresas e empreendedores fazem em Livramento, porque acreditam no potencial de nossa terra”, comemorou. Ao fim do encontro, Sérgio Oliveira já anunciou a segunda edição de 2012 do projeto Conta Quem Faz, para quarta-feira, 4 de abril.

 

ENTREVISTA

Empresário Antonio Salton foi o palestrante convidado

Confira a síntese da entrevista do empresário para o jornal A Plateia.

A Plateia – Qual sua análise do mercado internacional, sob a perspectiva da Salton?

Antoninho Salton - Exportamos para o mercado internacional. A unidade de Bento Gonçalves vem trabalhando bem e, hoje, boa parte das uvas que são usadas para elaborar esses vinhos são aqui da Fronteira. O nosso Tanat, por exemplo, foi premiado na Alemanha recentemente.

A Plateia – Qual o montante do investimento em Livramento?

Antoninho Salton - A ideia é a construção da cantina, que será a mais moderna do mundo, e os investimentos, no longo prazo, deverão chegar a em torno de R$ 100 milhões, sendo 635 hectares para trabalharmos.

A Plateia – Voltando ao mercado internacional, qual sua leitura da entrada de vinhos estrangeiros, como argentinos e chilenos, muitos dos quais até subsidiados em seus países de origem?

Antoninho Salton - Isso é um sério problema nacional, em função do Mercosul. Estamos fazendo uma pesquisa para obtermos informações. O conjunto do setor vinícola está custeando um estudo para verificar, principalmente, a questão do vinho argentino. Queremos ver se há subsídio ao exportador na indústria na Argentina. O vinho deles chega aqui a menos de um dólar. É muito barato, diante dos custos que temos.

A Plateia – E a tributação nacional, que penaliza o segmento, tem alguma opção de desoneração?

Antoninho Salton – Difícil. O que resolveria seria uma reforma tributária. Todo o segmento vem batalhando para reduzir essa incidência, mas é muito complicado. A situação se agrava cada vez mais, pois há casos como a substituição tributária, entre SP e RS, que mostra um risco delicado. Estamos em um manicômio tributário nacional, onde cada estado tributa tudo da forma como quer, ao bel prazer. O setor do vinho é um alvo fácil, mas creio que dificilmente se conseguirá fazer evoluir nesse custo Brasil, que é muito pesado, realmente.

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