Ídolos: ontem, hoje e sempre

Indivíduos nos quais nos espelhamos, pessoas nas quais vemos o exemplo, imagem que buscamos carregar durante a vida, posição na qual almejamos chegar ou, simplesmente, lugar para apreensão de uma característica simbólica importante: ídolos. Esta figura sempre foi trabalhada socialmente como âncora para nos carregar adiante. A midiatização dos cidadãos constrói ídolos, seja através do esporte, seja através da novela, seja através do próprio jornalismo. Precisamos deles. Quem nunca teve um ídolo? Ayrton Senna foi ídolo de algumas gerações. Seu sobrinho, Bruno Senna, que nesta temporada de Fórmula 1 pilotará uma Willians, poderá recuperar essa posição. Rubens Barrichello e Felipe Massa deixaram a desejar no circuito, embora ambos tivessem tido (e Massa continue a ter) companheiros de alta performance. Nos tempos em que esteve em seu auge, Rubinho teve apenas Michael Schumacher como parceiro.

A idolatria é inerente as nossas sociedades. Basta um olhar para a história e não temos como fugir muito disso. Ter um ídolo é importante. Gosto de cada um a parte, hoje há ídolos teen como Michel Telo e Luan Santana. Em outros tempos, os irmãos do Hanson já foram referência. E o que falar dos anos psicodélicos das décadas de 60 e 70 quando Beatles, Janis Joplin, Led Zeppelin, The Doors, entre outros, foram os âncoras da juventude rebelde? Cada um em seu tempo. Nos anos 90 tivemos Nirvana. Há pouco, a cantora pop star Amy Winehouse.

No futebol, essa tendência parece inevitável. Cada torcedor tem um ídolo ou atleta referência em seu time. D’Alessandro no Inter. Kleber, o Gladiador, no Grêmio. Referências. Não esqueçamos que há pouco cada clube teve em suas casamatas nada menos do que jogadores que fizeram história em ambos, como, respectivamente, Falcão e Renato Portaluppi. No Inter, Falcão saiu. Mas parece que essa figura do ídolo foi mantida. Veio Fernandão. O capitão do título do Mundial de Clubes, conquistado em 2006 pelo colorado, mostra que uma nova figura surge no mundo do futebol. O diretor técnico. Quem treina e monta a equipe taticamente é Dorival Júnior, no entanto, quem parece escolher (conforme orçamento disponível) quais peças vão se movimentar no tabuleiro é Fernandão, com aval da direção do clube, é claro. A figura do ídolo é usada estrategicamente, tanto para a contribuição técnica com o clube como para manutenção social de mais uma figura importante na história recente do clube.

Os ídolos seguem com seu papel fundamental na configuração da história humana. Os de ontem ficam na memória, os de hoje são vistos e exaltados; ambos, reverenciados. No futebol esta nova figura surge, na medida em que os clubes utilizam o ídolo não apenas como atleta, técnico ou diretor, mas como manager em suas múltiplas ações sociais, que passam pelo merketing.

Marcel Neves

 

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