Dias Felizes

Quem recorda vive e quem vive se emociona.Comigo não é diferente.Gosto de viver e recordar,principalmente fatos que me fizeram mais feliz.Entre os fatos ocorridos há mais tempo,lembro de muitos ligados ao futebol,do qual jamais me afastei,como zagueiro razoável ou como torcedor,predisposto a vivenciar alegrias e tristezas.E quando me refiro ao jogador adolescente,não estou dizendo que cheguei ao estágio profissional.Na segunda metade dos anos 60,a idéia até me seduziu,quando atuei nas categorias de base e no time de aspirantes do Gremio Santanense.Mas os conselhos dos meus avós me afastaram da bola.Eles entendiam que eu deveria me voltar inteiramente para os estudos.Mas sempre digo,em conversas com amigos,que vivi dias felizes na época dos treinos e jogos na Vila Honório Nunes.E jamais esqueço das amizades daquele tempo,principalmente dos meus companheiros de time.Mas tambem guardei na memória a fisionomia e o estilo de vários jogadores que vi atuar vestindo a camisa do Gremio Santanense,principalmente no ano de 1969,quando o time conquistou o titulo de bi-campeão da cidade.Eram jogadores que,se atuassem hoje,ganhariam muito dinheiro.Lembro do Amorim,um meio-campista extraordinário,que anos mais tarde brilhou no futebol do Rio e da Bahia.

Um dia,atuando num treino pelo time de aspirantes,recebi a dura incumbencia de marcá-lo.Como se tratava de uma tarefa impossível,apelei pára jogadas bruscas na tentativa de parar o Amorim.Minha atitude desagradou o técnico Antonio Fierro,que me mandou para o chuveiro mais cedo.O incidente não impediu que eu tivesse uma boa relação com o Amorim e outros jogadores do Grêmio,como o Eli Barcellos, o Eli Ximenes, o Adãozinho, o Caveira,o Betão, o Vespasiano,o Xiru ,que eram estrelas do clube na segunda metade dos anos sessenta.Quase todos eles já faleceram,mas são personagens da história do Santanense.Da minha turma nas categorias de base,tenho mais contato com o Lau e o Clóvis,mas tambem lembro com saudades do Marreco,do Toninho(Antonio Cabreira),que me ajudavam a compor uma defesa quase intransponível. E,sobretudo, do Huguinho, o Sabugo,que jogava muita bola e mora proximo dos portões de entrada da Vila Honório Nunes.Desde muito cedo,portanto,fui assumidamente vermelho e branco,mas tambem fiz grandes amizades com craques do14 de Julho,como o Bino e o Canário,jogadores notáveis, candidatos a um lugar na seleção santanense de todos os tempos.Já morando em Porto Alegre,fiz outros amigos no futebol,como o Dorinho, o Jadir, o Caio,o Milton (Corvo) ,o Almerindo e o Tadeu Xavier. Mas há muitos outros jogadores que considero amigos,como o Luis Carlos Motorzinho e o Valmir.Foram bons tempos aqueles em que eu flertava com a bola certo de que era correspondido.O samba-enredo de os Academicos, composto pelo talentoso Joaquim Lucena,ma faz justiça,destacando uma das paixões deste boleiro incompleto.

 

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