A falta do Édinho

Em todos os verões que venho a Florianópolis, visito todas as praias, mas minhha base sempre é nos Ingleses, mais precisamente no Bar do Orlando, com um bom estacionamento e um ótimo restaurante a beira do mar. Este ano não encontrei o Édinho cuidando do estacionamento. Notando sua ausência, perguntei para o rapaz que estava encarregado da entrada e saida de carros no local. Aí ele me informou que o Édinho havia falecido. Sofrera uma queda com traumatismo craneano e não resistira, vindo a falecer.

Para quem não sabe vou tentar descrever quem era essa pessoa tão importante para mim e creio que para todos os que frequentavam aquele ponto da Praia ddos Ingleses. O Édinho era uma pessoa de idade indefinida, beirando talvez os 40 ou 50 anos. Era um excepcional, com retardo mental e de fala arrastada, usando sempre om boné na cabeça e uma camiseta com seu nome de guerra.

Pessoa de boa índole, não fazia mal a ninguém e todos lhe queriam bem.

O Édinho andava sempre de pés descalsos ( inverno e verão ) e caminhava de forma vascilante, num equilíbrio precário, o que lhe ocasionava muitas quedas, a última delas fatal.

Quando nós queriamos um artigo difícil de encontrar, perguntávamos para ele, sómente para ouvirmos sua resposta no linguajar típico e ” cantado ” de manézinho: Não tem na ilha, só no continente…

Édinho era de uma espécie parecida com a do nosso Momoso, que nós santanenses aprendemos a amar e cultuar. Ele fazia as refeições gratuitamente no próprio Bar do Orlando e não pagava ônibos, pois todos o conheciam.

Quem gostava muito dell era a Luiza,, minha neta. Um dia, creio que no verão passado, o Édinho mandou servirem uma Coca-cola para a Luiza, que ficou muito feliz. É claro que ao pagar a conta, lá estava debitada em meu nome a Coca da Luiza. Tudo obra do Édinho, essa figura querida que deixará muitas saudades…

Até outra…

Zuil C. Pujol.
zuilpujol@ig.com.br

 

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