QUANDO REVERTER É IMPERATIVO!

Sant’ Ana do Livramento, 31 de Dezembro de 2011

É, para mim, um justificado orgulho e satisfação, chegar a cada lar, através do prestigioso jornal A Platéia – do qual sou assinante; há três décadas recebendo imparciais e fidedignas informações diárias -.Agradeço a oportunidade, dada pela Diretoria deste matutino independente, de explicitar o Projeto Turístico Prioritário e Emergente, iniciado em 2008 e ora estagnado pelo desinteresse alheio.

Qual foi a inspiração para idealizar tal projeto de apresentação do nosso potencial turístico?

Vários e diversos foram os subsídios que contribuíram para esse fim, dentre eles, as declarações da não existência de atrativos locais aos turistas (vide declarações de hoteleiros em A Platéia de 21 e 22 de março de 2008), que restringiam a permanência dos visitantes por mais tempo na cidade.

Nossos conterrâneos precisam saber:

1 – Foi e é triste verificar o êxodo de milhares de santanenses, partindo daqui em busca de emprego, para prover a sobrevivência familiar, em terra distante;

2 – Há fluxo constante de turistas, com o valor favorável do dólar, vindo à fronteira para comprar em Rivera e, apenas, em Rivera;

3 – A inoperância perniciosa e o desperdício incomensurável devem acabar. Temos a obrigação de mostrar tudo o que a Natureza nos legou, opondo-nos a quem imagina nada termos a mostrar;

4 – Rivera fatura alto e não aproveitamos, salvo raras e honrosas exceções setoriais, a integração que nos une, esse exemplo para crescermos juntos com o turismo;

5 – Tenho o hábito, como cidadão cumpridor dos preceitos constitucionais, respeitador dos direitos e deveres individuais e coletivos, de fazer a minha parte; independente de amparo social e empresarial, muito menos de guarida político-partidária;

6 – Agradeço a Deus o privilégio e a sensibilidade que me proporciona, já no ocaso de minha existência, para criar um projeto turístico, buscando reparar o tempo perdido;

7 – Não polemizei, não critiquei a estagnação das reuniões, reuniões, encontros, palestras, dos quais participei, onde foi reconstatado: Livramento está deficitária e carente. Muitos foram os puxões de orelha que doutos e intelectuais de fora nos deram. Sim, nos deram. Em nós, cidadãos. Tivemos que permanecer inertes, ouvir apenas. Recorde-se o Seminário do Bioma Pampa e as palavras de alerta do sindicalista Claudio Janta: somos mendigos; ou João Delpupo: “pena que nem sequer os hotéis da cidade produzem uma carta de vinhos produzidos aqui” (A Platéia, 13.Nov.2011, pg 14);

8 – Creio, pois, seja tempo de virada. Duas grandes viradas. Com a virada de ano; que venha bem 2012! Virada de condutas e atitudes, pensamentos e também posicionamentos práticos!

9 – Adversidades estão aí. O “não” é a garantia. O que vier além deles, é lucro social. Para todos, pois precisamos concreta vontade de transformar, prática atitude de mudar. Seja da municipalidade, da cidadania, do empresariado, da comunidade como um todo;

10 – Integração? Sim, a temos, mas não a possuímos. Que integração é essa que não tem capacidade de harmonizar a convivência de idéias em turismo para ambas as cidades gêmeas?

11 – Do projeto, aprovado pelas comissões da Câmara de Vereadores e oficializado como necessário, produzimos, com sacrifício pessoal, empenho irredutível, voluntarismo, um DVD que mostra cenas das atrações reais do turismo local; com as respectivas narrativas em áudio e, surpreendentemente, esse material não é sequer, mesmo gratuito como foi concebido, utilizado por quem quer que seja;

12 – É parte de um projeto maior, esquecido e a mercê do esquecimento. Intolerável e inconcebível esse trato para algo que concebemos de forma simples, desburocratizada e concisa;

13 -O passo inicial deste projeto foi procurar os 3 principais hotéis, os quais anuíram a idéia. O aceite inicial involuiu para a não continuidade do projeto. Se soubesse, não teria insistido em trilhar tão áspero caminho para realizar um sonho. Inaceitável ouvir que custear uma secretaria executiva para organizar o fluxo seria um pesado ônus. Está aí o motivo de nossa querida Livramento não chegar a seu desenvolvimento turístico de pleno.

14 – Como conquistas, fica, entretanto, a lição dos clubes e entidades que, preservando seu número de sócios, decidiram abrir, mediante pagamento de ingresso ou vendendo pacotes para o dia, suas instalações para os turistas. E, ainda positivo, fica a liberdade do turista conhecer os locais tradicionais, turísticos dessas organizações e entidades tradicionalistas. No que tange a ociosidade de nove meses dos clubes, fica a proposta de criação de um mini gramado para jogos, lazer, divertimento e uma estadia por um ou mais dias.

Dentro do exposto, não resta outra atitude a não ser elevar nossas preces a Deus para que abençoe os santanenses, riverenses e turistas. Que o ano de 2012 seja muito auspicioso. Que traga a grande virada. Porque é imperativo transformar Livramento pela prática de ações concretas e conjuntas.

O que outrem definia como utopia, está feito e à disposição de todos.

BERNABÉ RAMOS BASALDÚA

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