Mais Vida Interior

Um novo ano se aproxima,eis que já estamos em pleno domingo de Natal.E sem querer me incluir no grupo dos estraga-prazeres,distante da alegria obrigatória,não sou um homem particularmente feliz.Mas tambem não integro o batalhão dos mal humorados,que não vêem nenhum fato digno de um ponto de exclamação.Fico no meio-termo, com liberdade para aplaudir o que julgo certo e criticar o que acho errado.Será que o Natal é entendido na plenitude do seu significado? A pergunta tem razão de ser,porque a agitação com que me defrontei durante a semana,nada teve de dignificante.As pessoas pareciam entregues a uma competição,disputando primeiro lugar na compra de bugigangas produzidas pela técnica,da qual há muito estou afastado.Será que o presente que entrego no dia de Natal a um familiar querido,a um amigo,é tudo que tenho para expressar minha amizade,minha gratidão? Será que no decorrer do ano tambem fomos generosos e solidários? Na verdade, o Natal tem um significado de ordem espiritual que aos poucos vai sendo esmagado pelo consumismo desenfreado, alimentado por uma propaganda que vê na figura de Cristo um simples promotor de vendas.Eu não faço parte desse grupo de pessoas que atravancam as lojas comprando muito alem das suas necessidades,como se quisessem atenuar as angustias do coração.Busco a simplicidade, a espiritualidade, a elevação de propósitos,que assinalaram a vinda do Menino da manjedoura. Quero fazer o minimo que me compete para ser digno do apreço que Ele sempre teve por nós.

Liberdade de Expressão

Mas,mudando de assunto.Jornalista apaixonado pela profissão,que abracei muito cedo,num tempo improprio para o desabrochar da liberdade de imprensa,vejo com preocupação o que está ocorrendo na Argentina,onde o peronismo joga pesado.Será que vamos assistir calados o esmagamento da liberdade de expressão naquele país,com agressões reiteradas a jornalistas não alinhados com o regime? O assunto requer uma reflexão profunda de nossa parte,porque o virus totalitário não é um fenômeno exclusivamente argentino.Tambem existem aqui no Brasil os adeptos do amordaçamento da imprensa livre,inconformados com denuncias de patifarias e falcatruas.E olhem que não me filio ao grupo de quem só aplaude a grande imprensa. Existem,sim, problemas que precisam ser resolvidos para que os cidadãos tenham na imprensa a perpétua defensora dos seus direitos e não somente uma aliada dos poderosos. Este é um tema que deve merecer de nossas organizações sindicais um debate permanente.Mas eu prefiro uma imprensa livre com erros do que uma imprensa sufocada pelos mandões do momento.Isto vale para a Argentina, o Brasil e qualquer outro país que se considere civilizado.Se um único jornal argentino for fechado por decisão governamental, estará caracterizado um crime contra a cultura, a civilização e o ordenamento juridico daquele país.Não podemos concordar com isso de jeito nenhum. A imprensa livre é oxigênio da sociedade aberta e pluralista. A barbárie não tem o direito de matá-la.

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