Polícia intercepta veículo de acusado de agressões e de sequestrar filho da vítima

Após descumprir as medidas protetivas da Lei Maria da Penha, o agressor também não compareceu à audiência no Fórum

A Brigada Militar interceptou no fim da manhã de ontem (30), na avenida João Goulart, o veículo Fiat/Uno, com placas de Livramento, onde estava o advogado Vergílio da Rosa Filho acusado de agressão familiar e de ter se apoderado do filho, de dois anos de idade, sem a permissão de sua ex-companheira.

A prisão foi realizada em cumprimento ao mandado judicial expedido pela Justiça de Livramento com base na adoção de medidas protetivas de urgência da Lei Maria da Penha, em favor da vítima, de 33 anos de idade, ex-companheira do agressor.

Conforme a ocorrência policial, a vítima relatou ter sofrido agressão física do seu ex-companheiro, resultando com lesão corporal (corte no braço) provocado por uma faca de serra. Na oportunidade, o referido advogado estava com uma lata de cerveja na mão, bebendo, tendo proferido ameaças à vítima, sendo que, logo após, saiu da residência levando o filho do casal para local ignorado.

Na Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA), a vítima contou que estava residindo na cidade de Farroupilha/RS, após ter abandonado Sant’Ana do Livramento, onde possuía uma loja comercial, motivada pelas inúmeras agressões sofridas pelo então companheiro.

A empresária destacou, ainda, que entre separações e reconciliações, foram cerca de cinco anos de violências praticadas pelo companheiro. “Cada vez que nos separávamos em razão das agressões, ele sempre acabava me convencendo a reatar o relacionamento com a desculpa que iria mudar de comportamento e de que eu não podia complicar sua vida pública na profissão de advogado”, desabafou a vítima.

A empresária disse à Polícia que, quando Vergílio soube do horário que ela estaria desembarcando na cidade, na noite anterior, foi lhe encontrar com seu veículo, tendo então oferecido uma carona. A partir deste momento, o agressor teria levado a vítima para uma chácara, na localidade da Caneleira (interior do município), onde teria se embriagado e passado a agredi-la.

Por volta das 22h, a empresária relatou que conseguiu entrar em contato com a Brigada Militar e denunciou o ocorrido, além de ter acusado o advogado de ter sequestrado o seu filho.

Audiência

Durante audiência, ocorrida na manhã de ontem, o juiz de Direito, Frederico Menegaz Conrado destacou que ficaram constatadas as lesões aparentes na vítima, e acolheu o pedido do Ministério Público, que destacou que considerando a reincidência, a forma e circunstâncias que se deram os fatos, especialmente que o acusado, em estado de embriaguez levou o filho do casal para lugar incerto e não sabido, em que pese as tratativas da Polícia preventiva e Judicial de encontrá-lo e com a possibilidade de colocar em risco a vida da criança e da própria vítima, havia requisitos suficientes para a medida cautelar de uma prisão preventiva do acusado, bem como a expedição de mandado de busca e apreensão do filho da vítima.

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